Nos dias 28 e 29 de setembro de 2017, o Centro de Convenções Atibaia/SP receberá a 66ª Reunião do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana.
A secretária municipal de Transportes de Praia Grande/SP e presidente do Fórum Paulista, Raquel Auxiliadora Chini, comandará a solenidade de abertura dos trabalhos, ao lado do prefeito de Atibaia/SP, Saulo Pedro de Souza.
Foram convidados para a solenidade o prefeito de Campinas/SP e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizete, e o secretário municipal de Mobilidade de Salvador/BA e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana, Fábio Rios Mota.
São esperados também Maxwell Borges de Moura Vieira, diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo (DETRAN/SP); Frederico Pierotti Arantes, presidente do Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo (CETRAN/SP); Giovanni Pengue Filho, diretor geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP/SP), e Lucas de Oliveira Cardoso, secretário municipal de Transporte e Trânsito de Atibaia.
A Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) estará representada por seu presidente, Ailton Brasiliense Pires, e pelo superintendente Luiz Carlos Mantovani Néspoli.
Movimento Paulista de Segurança Viária. Ainda pela manhã, após o intervalo para o café e visita aos estandes da exposição paralela ao encontro, será desenvolvida a Sessão Técnica 1 – Apresentação do Movimento Paulista de Segurança Viária.
Os trabalhos serão coordenados por Jorge Akira Kobayaski, secretário municipal de Trânsito e Transportes de Piracicaba/SP e vice-presidente do Fórum Paulista. Foram convidados para os debates Maxwell Borges de Moura Vieira, diretor-presidente do DETRAN/SP, e Silvia Lisboa, coordenadora do Movimento Paulista de Segurança Viária.
CONCESSÕES DE TRILHOS E PNEUS
Na retomada das atividades na tarde do primeiro dia acontecerá a Sessão Técnica 2 – Concessões do Transporte Intermunicipal, entre Regiões Metropolitanas e Fretamento, com coordenação Raquel Chini, presidente do Fórum Paulista, e participação de representantes dos seguintes organismos e entidades: Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN/SP), Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), São Paulo Transportes S/A (SPTRANS), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e Região (TRANSFRETUR).
Renovação das concessões de ferrovias. A parte final da tarde do primeiro dia está reservada para a Sessão Técnica 3 – Renovação da Concessão das Linhas Férreas, para cuja coordenação foi convidado Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, secretário municipal de Mobilidade Urbana e Transporte de Jundiaí/SP. Atuará como debatedor Atílio André Pereira, secretário municipal de Mobilidade Urbana de Hortolândia/SP.
Para essa sessão, foram convidados o deputado estadual João Caramez e Emiliano Stanislau Affonso, diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo – ambos integrantes da Frente Parlamentar Metroferroviária (FTRAM) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Ministério Público Federal e da empresa RUMO Logística.
REUNIÃO EXCLUSIVA DOS SECRETÁRIOS
Entre 17h e 19h acontecerá a Reunião Exclusiva dos Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana, com coordenação de Raquel Chini, presidente do Fórum Paulista. Estão previamente pautados alguns tópicos, mas outros podem ser agregados até o momento do encontro.Um dos temas é a Fiscalização por meio de videomonitoramento em áreas de Zona Azul, para o qual foi convidado Frederico Pierotti Arantes, presidente do CETRAN/SP.
Outro assunto é Regulamentação de Carga e Descarga nas Regiões Metropolitanas – Definições de Horários (estudo sendo elaborado com as cidades da região metropolitana de São Paulo), com apresentação a cargo de Sérgio Avelleda, secretário municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo
Haverá um segmento de informes a respeito da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria a CIDE Municipal, sobre o recente lançamento da Planilha ANTP – Cálculo do Transporte Coletivo (veja matéria em outra parte desta edição), e também com relação à reunião realizada em julho, em Brasília, por convocação da Frente Nacional de Prefeitos. A apresentação desses itens estará a cargo de Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP. A agenda inclui ainda a atualização do Regulamento do Fórum Paulista.
APLICATIVOS E MUDANÇAS NO CÓDIGO DE TRÂNSITO
Os trabalhos da manhã da sexta-feira, 29 de setembro de 2017, serão abertos com Técnica 4 – Aplicativos em Regiões Metropolitanas perante as Regulamentações Municipais, com apresentação da experiência de regulamentação aplicada em São José dos Campos/SP, a cargo de Paulo Roberto Guimarães Júnior, secretário municipal de Mobilidade Urbana daquele município do Vale do Paraíba e vice-presidente do Fórum Paulista.
Foram convidados para essa sessão José Roberto Generoso, secretário nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, o deputado federal Carlos Zarattini e representantes de empresas de aplicativos.
Código de Trânsito Brasileiro. Na sequência, haverá o último painel de debates, com o desenvolvimento da Sessão Técnica 5 – Alterações no Código de Trânsito Brasileiro, com coordenação de Edilson Factori, secretário municipal de Mobilidade Urbana de Santo André/SP. Foram convidados o deputado federal João Paulo Papa e o diretor geral do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), Elmer Coelho Vicenzi.
Ficou claro, no final, que as alegações de falta de recursos são equivocadas e funcionam como argumento para a falta de vontade política de empreender a municipalização, pois, nos municípios que procederam à municipalização do trânsito, as estruturas dedicadas a essa finalidade mostram-se financeiramente auto-suficientes.
Foi também colocado que o modelo de repasse, pelo governo, de 50% do valor das multas para os municípios não integrados acaba sendo cômodo e desestimulante para os prefeitos assumirem a municipalização.
Gestão da mobilidade. Na sequência, Bruno Borges apresentou um panorama a respeito da gestão da mobilidade em Araxá e sobre os projetos em implantação na cidade, com destaque para a ênfase que vem sendo dada à sinalização das faixas de pedestre e ao respeito a elas.
O dirigente sublinhou também o crescimento continuo do numero de passageiros transportados pelo Sistema de Transporte Coletivo de Araxá, fato que contraria a realidade vivida na maioria das cidades brasileiras.
ESTACIONAMENTO ROTATIVO
Após o almoço, representante da Estapar, uma das patrocinadoras do evento, fez uma apresentação a respeito do sistema de estacionamento rotativo desenvolvido por essa empresa, implantado e em funcionamento em Juiz de Fora/MG e outras cidades brasileiras.
CONVÊNIO DE TRÂNSITO
Outra mesa da 66ª Reunião do Fórum Mineiro focalizou o tema Os problemas para aplicação do convenio de transito com o DETRAN. O segmento foi coordenado pelo presidente do Fórum Mineiro, Rodrigo Tortoriello, e contou com a participação do delegado DETRAN/MG em Araxá, Victor Hugo Heisler; do diretor de Sistema Viário da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), José Carlos Ladeira, e do secretário de Segurança e Cidadania de Araxá, Élvio Bertoni.
O representante do DETRAN/MG apresentou o novo convênio de trânsito a ser assinado pelos prefeitos e a Policia Civil de Minas Gerais. Durante e após a apresentação, os gestores manifestaram insatisfação com alguns aspectos do convenio; basicamente, foram questionados os seguintes pontos:
Convênio próprio da BHTRANS. Na sessão, o representante da BHTRANS informou que essa empresa da capital estadual esta negociando um convênio próprio com o DETRAN/MG, e comentou problemas que estão começando a ocorrer em função da falta de convênio, que esta vencido desde 2010.
Oferta do SERPRO. O representante de Araxá lembrou que foi procurado pelo SERPRO, que, como operador nacional do RENAINF e detentor legal dos cadastros de todos os veículos dos pais, está oferecendo a possibilidade de realizar os serviços que hoje são “vendidos” pelos DETRAN e pela PRODENGE.
O dirigente acrescentou que a proposta do SERPRO deve ser estudada antes da assinatura do convênio com o DETRAN/MG, de modo que a estabelecer qual a situação mais vantajosa para o município.
Não assinar, por ora. Ficou decidido que os gestores das cidades deveriam levar aos seus prefeitos a posição de não assinar o convênio por enquanto, e que tiraríamos uma comissão para agendar uma reunião em BH com o Chefe do DETRAN para discutirmos estas questões. O delegado do DETRAN/MG, Victor, ficou de agendar com o Dr. Rogério uma data para a reunião.
FINANCIAMENTO E CUSTEIO DO TRANSPORTE PÚBLICO
Na parte final da tarde, foi montada uma mesa como foco sobre o tema Alternativas de financiamento para o custeio da operação dos transportes nas cidades, com a coordenação de Alexandre Resende e a participação de Rodrigo Totoriello, da diretora de Transporte Publico da BHTRANS, Elizabeth Gomes, e do coordenador regional ANTP em Minas Gerais, Ricardo Mendanha.
Tortoriello fez uma explanação a respeito do esforço que em sendo realizado pelo Fórum Nacional para buscar alternativas para financiar o custeio da operação dos transportes urbanos; em especial, falou da luta pela utilização de recursos da CIDE, que incide sobre a venda de combustíveis, para subsidiar o transporte.
Nova metodologia de cálculo tarifário. Ricardo Mendanha apresentou a nova metodologia de calculo da tarifa desenvolvida pela ANTP (veja mais informações sobre este tema em outra matéria desta edição). Ele explicou tratar-se do resultado de um esforço que consumiu mais de três anos de trabalhos técnicos e debates e contou com a participação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana e da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
A nova metodologia, que pretende modernizar e substituir a antiga Planilha do GEIPOT, introduz conceitos novos, advindos da Lei de Diretrizes da Mobilidade Urbana; introduz também alguns novos custos, frutos de exigências do mercado e da legislação, como o suplemento de combustível ARLA, os equipamentos tipo ITS e bilhetagem, e traz como grande novidade a remuneração pela prestação dos serviços calculada em função da SELIC e dos riscos da concessão.
O impacto em relação à Planilha do GEIPOT varia de 8 a 10% em função do porte da cidade, mas o expositor destacou que o mais importante e o que mais influencia o calculo da tarifa é o denominador da fórmula, que é o numero de passageiros pagantes do sistema. Saber o numero real de pagantes é a principal questão a ser buscada pelas cidades para garantir uma tarifa justa para a população.A representante da BHTRANS falou do processo de Auditoria do Sistema que esta sendo contratado pela empresa a pedido do prefeito, e que pretende obter uma certificação dos custos e receitas praticados pelo Sistema de Transportes de Belo Horizonte.
CARTA DE ARAXÁ
No último segmento dos trabalhos, foram definidos os termos da Carta de Araxá, a ser divulgada para todos os municípios, e que deve dar ênfase na necessidade de ampliarmos as cidades municipalizadas no Estado de Minas e no esclarecimento e revisão dos termos do Novo Convenio de Transito proposto pelo DETRAN-MG.
PAULO SÉRGIO FERREIRA É ELEITO VICE-PRESIDENTE DO FÓRUM MINEIRO
– posto que estava vago. Foi eleito por aclamação o vice-prefeito e secretário de Transporte e Trânsito de Uberlândia/MG, Paulo Sergio Ferreira (foto)..
Em função dos debates da manhã foi proposta, pelo presidente Rodrigo Tortoriello, a criação de uma coordenação do Fórum Mineiro para buscar a ampliação da municipalização do transito nas cidades mineiras. A proposta foi aceita e para coordenar a nova atividade foi indicado e aprovado o nome de Bruno Borges, responsável pela autarquia Assessoria de Trânsito e Transporte (ASTTRAN)
Direção do Fórum Mineiro 2017/2018. A direção completa do Fórum Mineiro para a gestão 2017-2018 ficou assim: Presidente – Rodrigo Tortoriello, secretário de Juiz de Fora; Vice-presidentes– Leonardo Serrano, secretário adjunto de Ribeirão das Neves/MG, e Paulo Sergio Ferreira, vice-prefeito e secretário de Transporte e Trânsito e Uberlândia; Coordenador de Municipalização de Transito – Bruno Pereira Borges - Assessor de Transporte e Transito de Araxá/MG.
Próximas reuniões do Fórum Mineiro. Ficou definido no encontro de 24 de agosto de 2017, que a próxima reunião do Fórum Mineiro será realizado em Santa Luzia/MG em novembro de 2017, e que a primeira reunião de 2018 acontecerá em Contagem/MG, em data a ser oportunamente divulgada.
Em relação aos pontos a serem abordados nas próximas reuniões, foram sugeridos: Alternativas de municipalização do tipo ‘consórcio regional’ e Impacto da concorrência dos aplicativos para transporte publico individual sobre os sistemas existentes.
Na mesa solene do lançamento, Giuliano Locanto, Raquel Chini, Jonas Donizette, Sérgio Avelleda e José Roberto Generoso,
Na manhã de 21 de agosto de 2017, em um evento técnico na cidade de São Paulo, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) apresentou uma nova metodologia para apuração dos custos dos serviços de ônibus, base para a formulação da tarifa, denominada Planilha ANTP.
Trata-se do resultado de um esforço que exigiu mais de três anos de trabalhos técnicos e debates e contou com a participação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana e da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
O processo começou com a primeira reunião do Grupo Trabalho sobre Tarifa da ANTP, no final de fevereiro de 2014, e a consolidação da proposta deu-se durante a 83ª Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana, nos dias 27 e 28de março de 2014, em Curitiba.
Participaram da sessão de apresentação da nova metodologia jornalistas e representantes de diversos setores dos transportes públicos, entre os quais empresários, consultores e autoridades.
Presenças e apresentação. Integraram a mesa solene do encontro e se manifestaram Raquel Chini, secretária de Transportes de Praia Grande/SP, presidente do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes de Mobilidade; Giuliano Locanto, secretário de Transportes e Trânsito de Guarulhos/SP, que representava o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade; Jonas Donizette, prefeito de Campinas/SP e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP); José Roberto Generoso, secretário nacional de Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades; Sergio Avelleda, secretário municipal de Transportes e Mobilidade, que representava o prefeito João Dória. Houve também pronunciamento do vereador paulistano José Police Neto.
A NTU esteve representada no encontro por seus principais dirigentes executivos: Otávio Cunha, presidente; Marcos Bicalho dos Santos, diretor administrativo e institucional, e André Dantas, diretor técnico. A apresentação da nova metodologia coube aos principais dirigentes executivos da ANTP, Ailton Brasiliense Pires, presidente, e Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente.
A METODOLOGIA E SUA CONFIGURAÇÃO
A nova metodologia de cálculo tarifário foi denominada Planilha ANTP, e consta da publicação Planilha ANTP – Custos dos Serviços de Transporte Público por Ônibus, apresentada em dois volumes, ambos colocados à disposição em versão virtual, que podem ser baixados livremente a partir do site da ANTP (www. antp.org.br).
Um dos volumes, com 186 páginas, apresenta o Método de Cálculo, e o outro, com 156 páginas, traz as Instruções Práticas para lidar com a metodologia. Baixe as duas publicações a partir de links ao final desta matéria.
Objetivos. No encontro de apresentação, destacou-se que a Planilha ANTP tem como objetivos dar precisão e transparência ao cálculo dos custos fixos e variáveis, estabelecer claramente a remuneração dos operadores pela prestação dos serviços de transporte, dar transparência à forma de fixação da tarifa e sua aplicação em contratos, estabelecer uma base referencial também transparente para utilização dos órgãos competentes, independentemente do tamanho da cidade e da sua localização no país.
A nova metodologia busca ajudar os gestores do transporte público urbano na definição da tarifa dentro das condições de custo encontradas no município e que possam ser tecnicamente comprovadas para autoridades como Ministério Público ou Tribunal de Contas, para os usuários do transporte e para a população como um todo.
Com a nova sistemática, o setor espera resolver uma questão antiga: deixar claro para a sociedade como são calculados os custos do transporte. A falta de clareza, nos termos empregados durante a exposição da ANTP, gera “suspeitas e desconfianças” na fixação da tarifa, alimentando a ideia de que os cálculos resultam de “caixas pretas”.
De acordo com Ailton Brasiliense, a nova metodologia vai dar a transparência que a sociedade sempre exigiu do setor, com informações precisas e detalhadas a respeito dos itens impactam os custos do serviço de transporte. Está em processo de estruturação um programa para divulgação da Planilha ANTP, de modo que seja o mais amplamente conhecida dos órgãos gestores, dos operadores e da sociedade.
ATUALIZAÇÃO DO CÁLCULO TARIFÁRIO
A Planilha ANTP deve substituir a Planilha GEIPOT de cálculo dos serviços do transporte público por ônibus, que, por falta de outro instrumento, ainda vem sendo muito utilizada em todo o País.
A Planilha GEIPOT foi criada em 1983 e sua última atualização aconteceu 1996. O nome GEIPOT é a sigla que caracteriza a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, empresa estatal federal que se responsabilizava pelo planejamento dos transportes do Brasil; foi criada em 1965, como Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes – de onde vem a sigla – e depois transformada em empresa em 1973, tendo sido extinta em 2008.
Grupo de trabalho. A Planilha ANTP foi elaborada por um grupo de trabalho constituído pela ANTP e formado por sua equipe técnica, por secretários municipais de transporte e pela equipe técnica da NTU.
No processo de levantamento dos diferentes tipos de custos fixos e variáveis, foram estudados 21 contratos de conhecimento público, referentes a serviços de transporte por ônibus de cidades de todos os tamanhos, de diversas regiões do país.
Foram feitas análises das planilhas e métodos de formação de custo, levando em conta editais, propostas e contratos de concessão vigentes, e realizou-se também a identificação de procedimentos, parâmetros, índices e preços.
Foram igualmente considerados na Planilha ANTP outros serviços agregados ao serviço de transporte, com avaliação de contratos que compreendem a operação de terminais, estações de embarque e desembarque, corredores de ônibus, centrais de controle operacional e sistemas de bilhetagem eletrônica.
Quanto à remuneração do capital, optou-se pela indicação de procedimentos comparáveis àqueles adotados pelo mercado financeiro.Inovação.
Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP, disse na apresentação da metodologia que a Planilha ANTP inova ao especificar a forma de remuneração do concessionário – remuneração pela prestação do serviço –, sistemática que não estava explícita na Planilha GEIPOT.
A nova metodologia permite ainda a definição da matriz de risco para os contratos de concessão do setor. Na concepção utilizada, os riscos são eventos com significativa probabilidade de ocorrer e que, uma vez concretizados, podem afetar substantivamente o custo ou a qualidade dos serviços, ou ambos.Basicamente, esses riscos estão associados à fase de implantação, à demanda, a fatores operacionais ou a eventos macroeconômicos.
Conforme a ANTP, a remuneração pelo risco estabelece uma provisão financeira para que as ocorrências inesperadas não comprometam a capacidade de prestação dos serviços.
Exemplos de riscos. Durante a apresentação, foram mostrados alguns exemplos de riscos às quais os serviços de transporte estão sujeitos: alterações não previstas do sistema de transporte público, mudança das normas ambientais, variação na produtividade do sistema de transporte público, queda de demanda global por fatores que não dizem respeito à atuação da empresa, aumento de gratuidades na composição da remuneração, ausência de reajuste da tarifa, inadimplemento de subsídio público ou da câmara de compensação, riscos operacionais e questões trabalhistas que escapam à responsabilidade da operadora e riscos macroeconômicos capazes de desequilibrar o contrato.
Outros aspectos. Na orientação da Planilha do GEIPOT para o cálculo tarifário, consideravam-se custos fixos e variáveis e os tributos, fatores que eram somados e divididos pelo total de passageiros equivalentes.
Na Planilha ANTP, além dos custos fixos (gastos com pessoal e gastos administrativos, depreciação, custo do capital, seguros e outras despesas) e custos variáveis (incluindo combustíveis e lubrificantes, rodagem, peças e acessórios), entram a remuneração pela prestação dos serviços e os subsídios, fatores então divididos pelo número de passageiros equivalentes.
A Planilha ANTP considera novas tecnologias, questões ambientais, a introdução de sistemas eletrônicos de controle, a ampliação de gratuidades e outras mudanças havidas após 1996, quando houve a última atualização da Planilha GEIPOT.
De acordo com o superintendente da ANTP, atualizações foram realizadas depois daquele ano pelos poderes contratantes, mas foram pontuais e acabaram não sendo consolidadas em um documento público que contemplasse o conjunto mudanças realizadas até aqui.
Síntese da nova metodologia. Na apresentação da ANTP, foi mostrada uma síntese da metodologia, com cinco etapas de desenvolvimento. Na primeira etapa, é feita a alimentação dos dados operacionais, os dados referentes a insumos, os tributos e subsídios. Na segunda etapa, são estimados os coeficientes de consumo, vida útil, valor residual, depreciação, remuneração e custo de mão de obra. A terceira etapa corresponde à análise de riscos, considerando dimensão do risco, eventos, quantificação e os coeficientes da remuneração pela prestação do serviço. Na quarta etapa, são feitos os cálculos dos custos – custos variáveis, custos fixos, prestação de serviços e tributação. A quinta e última etapa é estabelecida a tarifa técnica, que servirá para remunerar o operador, o que dá a base para o cálculo da tarifa pública, a ser definida pela administração municipal e que será paga pelos usuários do sistema.