A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado estabeleceram em R$ 230 o preço do Bilhete Único Mensal integrado, que permitirá ao usuário fazer quantas viagens quiser durante um mês em ônibus municipais, no metrô e nos trens da CPTM.
Além da modalidade integrada, o bilhete mensal terá outras
duas opções: apenas para ônibus ou apenas para o transporte sobre trilhos. Cada
uma custará R$ 140.
Os bilhetes começarão a funcionar no próximo dia 30. O
anúncio será feito amanhã pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador
Geraldo Alckmin (PSDB).
O cartão será o mesmo para as três modalidades, que estão
sendo chamadas de BMO (ônibus), BMT (trilhos) e BMI (integrado). O usuário terá
que informar sua escolha na hora do carregamento.
Considerando a tarifa atual de R$ 4,65 pela viagem feita em
ônibus e trilhos, o uso do bilhete integrado passa a ser vantajoso para quem
faz mais de 50 viagens por mês.
Antes do anúncio da adesão do sistema sobre trilhos, 120 mil
usuários haviam se cadastrado para usar o bilhete nos ônibus. A expectativa é
que o número cresça, mas o governo estadual ainda não tem estimativa precisa de
quantos usarão os bilhetes.
Ontem, Alckmin disse que "sem o trem e o metrô, o
interesse seria muito pequeno, quase não viabilizaria o bilhete mensal".
CÁLCULOS
Para aderir à proposta, a Secretaria dos Transportes
Metropolitanos fez seus cálculos considerando o cenário menos favorável do
ponto de vista financeiro -em que todos os usuários que fazem ao menos dez
viagens por semana adotariam o bilhete único mensal.
Segundo disseram à Folha integrantes da pasta, o gasto extra
nesse cenário não ultrapassará os R$ 120 milhões anuais. "A incerteza do
número está coberta por esse teto", afirmou um deles.
A prefeitura estima que o novo cartão irá aumentar em R$ 400
milhões por ano seu gasto com subsídios ao sistema municipal de transporte.
O bilhete mensal foi uma das principais promessas da
campanha de Haddad à prefeitura. Em 2012, o projeto foi alvo do rival tucano,
José Serra, que chegou a classificá-lo como uma "enganação".
Nos encontros entre as equipes de Haddad e Alckmin foi cogitado que o anúncio oficial fosse no terminal Itaquera, que integra ônibus e metrô, mas a decisão final foi pela sede da prefeitura.
O Estado de SP
Bilhete mensal para metrô e ônibus deve custar R$ 230
Valor teria sido discutido entre Prefeitura e Estado; sistema para quem usa só coletivos, promessa de campanha de Haddad, deve sair a R$ 140
O Bilhete Único Mensal para quem vai usar ônibus mais metrô
ou ônibus mais trem na capital paulista deve custar R$ 230 por mês. A decisão
teria sido tomada nessa terça-feira, 19, após equipes da Prefeitura e do Estado
se reunirem à tarde para discutir o valor. O sistema permitirá que o usuário
faça quantas viagens de transporte público quiser, no período de um mês e por
preço fixo.
Na proposta inicial do Bilhete Único Mensal, feita na
campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), o bilhete custaria R$ 140, mas seria
válido apenas em viagens de ônibus. "O bilhete da Prefeitura está
garantido para o dia 30, e o preço já está anunciado (R$ 140)", afirmou o
prefeito ontem. "Mas, se nós pudermos contar com o governo do Estado já no
lançamento, vai ser grande notícia para a cidade."
Com a adesão do Estado ao projeto, a cidade deve ter três
modelos de bilhete mensal. Um válido apenas para os ônibus, outro apenas para o
transporte sobre trilhos (anunciado anteontem) e um terceiro, que incluirá
todos os modais disponíveis na cidade. Ainda não se sabe se todos os modelos
adotarão um mesmo cartão.
Os dois primeiros devem custar R$ 140. O Estado apurou ainda
que, dos R$ 230 cobrados pelo integrado, R$ 110 devem ir para a Prefeitura e R$
120, para o Estado. E o bilhete deve custar R$ 45 milhões mensais em subsídios
para o governo estadual.
Na manhã de ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já
havia reiterado a adesão do Estado. "Para viabilizar o bilhete mensal,
determinamos a entrada do trem e do metrô."
Alckmin reafirmou ainda que o governo estuda um Bilhete Mensal dos Trilhos para quem não usa ônibus. "Cerca de 30% das pessoas usam só trem e metrô. Para essas, faremos outro cartão."