08/02/2015 08:20 - Veja SP
A reportagem de VEJA SÃO PAULO percorreu os mais de 200
quilômetros de ciclovias espalhados pela cidade. Confira os destaques negativos
e positivos em sete quesitos:
CONSERVAÇÃO
A maior parte das vias apresenta falhas na aplicação (ou
manutenção) da tinta vermelha, que desaparece ao longo dos trajetos. É o caso,
por exemplo, da Vila Andrade/Vila Sônia, cuja coloração sumiu em diversos
pontos apenas um mês após sua inauguração, em dezembro passado. No Parque
Ecológico do Tietê, o usuário é obrigado a sair da pista para desviar da mata
que invadiu a faixa e ainda encontra sinalização danificada. Entre as de melhor
estado incluem-se a Faria Lima, de 2012,e a Abel Ferreira, no Tatuapé, de
agosto passado, com pintura e placas intactas.
Destaque negativo: Pq. Ecológico do Tietê
Destaque positivo:
Abel Ferreira
DESNÍVEIS
Em determinadas regiões, as imperfeições da pista obrigam o
ciclista a diminuir a velocidade e dobrar a atenção. No trecho 2 da Escola
Politécnica, essas irregularidades formam depressões acentuadas em pelo menos
dois lugares. No Parque do Carmo, na Zona Leste, uma elevação chega a criar uma
inusitada rampa bem no meio de uma das faixas. Outra que exige cuidados nessa
mesma região é a Adutora Rio Claro, com sequências de falhas em meio a ladeiras
íngremes.
Destaque negativo: Adutora Rio Claro
Destaque positivo:
Faria Lima
FLUIDEZ
É possível manter bom ritmo na maioria das rotas, mesmo em
trajetos com muitos semáforos, como a Liberdade/Vergueiro. O fluxo só é
interrompido nas vias com excesso de cruzamentos, como a Jardim Helena/São
Miguel, na Zona Leste. No trecho 1 da Chácara Santo Antônio, na Zona Sul, um
caso similar, é necessário descer da bicicleta para fazer as travessias. Com as
obras do monotrilho, o usuário precisa galgar escadarias ao chegar às pontes
João Dias e Cidade Jardim para acessar a margem oeste do Rio Pinheiros.
Destaque negativo: Jd. Helena/São Miguel
Destaque positivo:
Radial Leste
OBSTÁCULOS
Apesar das faixas segregadas, os carros continuam
interrompendo o caminho das bicicletas. Em trechos da Jaguaré e da Jabaquara,
os automóveis invadem a área exclusiva dos ciclistas com frequência para
realizar conversões em cruzamentos. Mas um desses absurdos mais curiosos é o
registrado no Cambuci, onde as barracas de uma feira livre instalam-se toda
quinta-feira sobre a ciclovia da Rua Teodureto Souto. Um raro exemplo de boa
prática para evitar acidentes ocorre no trecho 1 da Escola Politécnica, na Zona
Oeste, onde a prefeitura demarcou os postes e as árvores com faixas brancas.
Destaque negativo: Cambuci
Destaque positivo:
Escola Politécnica 1
PAVIMENTAÇÃO
O problema mais recorrente é o asfalto rachado e com buracos.
Como a maioria das rotas só foi pintada e sinalizada, sem ter sido recapeada, o
ciclista é forçado a encarar as trepidações originais das ruas, usualmente
péssimas. Em uma situação frequente, a camada mais recente de asfalto termina
antes da calçada, o que forma canaletas perto do meio-fio e aumenta bastante o
risco de queda. No Parque do Carmo, além das rachaduras, os remendos prejudicam
o circuito.
Destaque negativo: Parque do Carmo
Destaque positivo:
Rio Pinheiros
SEGURANÇA
Disputar espaço com pedestres, pedalar próximo a carros ou
desviar para o meio da rua por causa de veículos estacionados, como no Jaguaré.
Esses são alguns dos desafios comuns em nossas ciclovias. Na do Jabaquara, na
Zona Sul, é obrigatório pedalar bem próximo à calçada, por causa da sensação de
insegurança provocada pela alta velocidade dos automóveis que trafegam rente à
faixa. Alguns centímetros para o lado podem significar um choque contra um
retrovisor. Em vias do centro, a circulação ocorre em meio aos pedestres, como
na Praça da Sé ou na calçada da Avenida São Luís. Nessa situação, torna-se
indispensável o uso de uma campainha na bicicleta para chamar a atenção dos
transeuntes.
Destaque negativo: Centro Etapa 5
Destaque positivo:
Eliseu de Almeida
UTILIDADE
As ciclovias podem ser o caminho mais rápido para se
movimentar pela capital. É o caso da Faria Lima, que liga Pinheiros ao Itaim, e
da Vila Andrade/Vila Sônia,ambas na Zona Oeste e em ruas geralmente
congestionadas. Não é o que ocorre na de Mirandópolis, na Zona Sul. Com apenas
200 metros de extensão, ela acompanha um quarteirão da Rua Guapiaçu até a
Avenida José Maria Whitaker. Na de Santa Luiza de Marillac, na Zona Norte, os
700 metros de pista apenas circundam o
parque da região.Ou seja, liga nada a lugar nenhum.
Destaque negativo: Mirandópolis
Destaque positivo: Vila Andrade/Vila Sônia