Cidade da Bicicleta aguarda licença para erguer sua sede há três anos em Porto Alegre

14/04/2017 10:00 - Zero Hora - RS

Paulo Germano - Porto Alegre

Um das iniciativas mais legais do cicloativismo gaúcho, a Cidade da Bicicleta aguarda há três anos pela autorização da prefeitura para erguer sua sede embaixo do Viaduto dos Açorianos. O terreno foi cedido pelo município em 2014 e, desde lá, o grupo arrecadou R$ 40 mil de 549 pessoas para montar um contêiner no local (leia no box abaixo).

— Fica chato, porque as pessoas deram dinheiro e, com razão, começam a cobrar — diz Cadu Carvalho, integrante do coletivo.

Até 2013, quando o grupo precisou devolver aos proprietários a casa que ocupava no Menino Deus, a Cidade da Bicicleta mantinha uma oficina comunitária, onde qualquer pessoa podia aprender a consertar sua bike, e crianças da periferia iam até lá montar suas bicicletas. A prefeitura diz que o projeto precisa passar por quatro secretarias. Não há prazo para a liberação.

Voluntários conseguem verba para reerguer Cidade da Bicicleta

Por meio de um projeto de financiamento coletivo na web, projeto alcançou a meta de R$ 36 mil pouco antes da meia-noite

Por: Jéssica Rebeca Weber (15/setembro/2015)

Apenas 40 minutos antes do prazo final, o financiamento coletivo para retomar a Cidade da Bicicleta alcançou a marca de R$ 36 mil. Se não atingisse a meta, os voluntários acabariam não levando nada, cancelando ou ao menos adiando o sonho de reerguer o projeto que, entre 2011 e 2013, oferecia oficina comunitária para ciclistas e diversas atividades culturais no bairro Menino Deus. As contribuições na web encerraram à meia-noite desta terça-feira, e acabaram passando dos R$ 38 mil.

— Esse dinheiro será usado para comprar um container e mexer nele para ficar um espaço utilizável para a oficina — diz o voluntário Marcelo Guidoux Kalil, 35 anos, acrescentando que o projeto será reerguido em espaço público cedido pela prefeitura.

— Ficamos muito felizes, é um projeto que a gente acredita muito — ressalta o publicitário Cadu Carvalho, 34 anos, voluntário do projeto.

O espaço Cidade das Bicicletas era utilizado para palestras, projeções de filmes, reuniões de ativistas, festas, o primeiro e o segundo Fórum Mundial da Bicicleta e outras atividades culturais, além de abrigar a oficina, mantida por doações espontâneas de dinheiro e materiais. Nela, voluntários ensinavam qualquer um a consertar sua própria bicicleta — e qualquer um também poderia ensinar aos outros o que sabe.

— Tinham meninos que não tinham condição de ter uma bicicleta, e a gente conseguia ajudá-los a montar a sua própria. Isso também é uma relação diferente, o valor que a criança dá para aquilo é outro. E era lindo ver ela saindo feliz, pedalando uma bicicletinha — conta Cadu.

Marcelo acredita que, se tudo der certo, a Cidade da Bicicleta estará funcionando até o final do ano, voltando a fomentar a cultura das bikes:

— Vamos comemorar e botar o mais cedo possível o projeto na rua, pra cidade toda aproveitar ele — afirma.