O velho sonho de ver embarcações lotadas de passageiros
atravessando todos os dias o percurso entre Joinville e São Francisco pela baía
da Babitonga, que teve seu auge mais recente em 2009, com o Jetbus, volta com
força a partir de outubro. O Deter autorizou novamente uma empresa de
Florianópolis a fazer a linha que sai do bairro Espinheiros e vai até o
terminal do Centro Histórico de São Francisco do Sul, passando pela Vila da
Glória.
A autorização é de dezembro do ano passado, mas só agora há
todas as condições para retomar o projeto. Segundo, Pablo Balbis, dono da
empresa Marinebuss Transporte Marítimo e Fluvial de Passageiros, as equipes
estão em treinamento, à espera da autorização da Marinha. O transporte prevê
que dois barcos com capacidade para 60 lugares façam pelo menos cinco horários
todos os dias. Uma terceira embarcação, menor, fará uma espécie de limpeza da
baía, retirando entulho, lixo e até parte do lodo que dificulta a navegação até
o Centro de Joinville pelo rio Cachoeira.
Como o sobe e desce da maré no Cachoeira impede a
programação de horários, o ponto de partida e chegada em Joinville será o
trapiche do Parque Porta do Mar, no bairro Espinheiros. O terminal construído
no Centro para o projeto Jetbus deve ser reformado para servir como ponto de
venda de bilhetes e para fazer a integração com os ônibus.
Assim, as pessoas poderiam fazer o passeio completo do
Centro de Joinville ao Centro de São Francisco do Sul pagando uma passagem
integrada. O que impede a empresa de começar a operar é a falta de uma boia de
sinalização da hidrovia na baía da Babitonga. A hidrovia foi refeita no começo
deste ano, mas a boia foi furtada e é preciso que ocorra um novo processo de
compra do equipamento. O prazo para exploração dos serviços é de cinco anos,
com a possibilidade de ser prorrogado por mais cinco.
Novo modelo permite
mais horários
Segundo o gerente de desenvolvimento sustentável e
agricultura da SDR de Joinville, Ciro Harger, esse é o melhor modelo de projeto
de transporte de passageiros na baía da Babitonga.
- Já temos toda a hidrovia sinalizada, embora falte uma
boia. Pelo rio Cachoeira ficou impossível devido ao assoreamento, não dá mais
para navegar ali - diz Harger, lembrando que no Espinheiros não existe o
movimento de maré que ocorre no rio Cachoeira e inviabiliza o tráfego contínuo,
com vários horários durante o dia.
Segundo o gerente, agora será possível navegar durante o dia
e também à noite, mas é preciso que todas as pessoas que atravessam a baía
ajudem a conservar e impedir ações de vandalismo.
- Arrancaram as sinalizações na primeira vez, a Marinha
notificou o Estado e tudo ficou arrumado. Só que agora levaram uma boia de
novo. Então, é preciso fazer um apelo para que as pessoas cuidem e ajudem a
manter a sinalização da hidrovia - diz Harger.
A hidrovia tem sinalização náutica de acordo com as normas
internacionais, com boias, lanternas (sinais luminosos), balizas (placas, como
as de trânsito) que orientam a navegação. A reforma de toda a hidrovia custou
cerca de R$ 150 mil ao Deter.
Todo o levantamento foi feito pela empresa Giramar Apoio
Marítimo, que ganhou uma concorrência em pregão presencial no mês de março. Foi
a Giramar que fez o trabalho em 2009, quando o trecho foi limitado para o uso
do Jetbus.
COMO VAI FUNCIONAR
23 quilômetros
- É a distância da viagem entre Joinville e São Francisco do
Sul pelas águas da baía da Babitonga.
Terminal Hidroviário
Conde D´Eu
- Ao lado do Mercado Público de Joinville, no Centro. Ali
serão vendidas as passagens e os tíquetes para a travessia. A ideia é fazer um
transporte integrado. A pessoa poderá comprar a passagem do barco e já tomar um
ônibus até o bairro Espinheiros.
Parque Porta do Mar
- É onde fica o trapiche de partida e chegada de passageiros
em Joinville. No Espinheiros não há o mesmo problema do rio Cachoeira, que não
permite o tráfego contínuo e com vários horários durante o dia, por causa do
movimento da maré.
Terminal Marítimo no
Centro Histórico de São Francisco do Sul
- É o ponto de partida e chegada dos barcos em São
Francisco. A ideia é montar uma estrutura parecida com a de Joinville, com
transporte integrado para as praias, durante a temporada.
Vila da Glória
O trapiche da Vila da Glória será uma das paradas do Marinebus.
Como já existe uma estrutura montada, basta organizar os horários e criar um
ponto de venda de bilhetes.
O transporte
- Serão dois barcos, com 60 lugares cada. A previsão da
empresa contratada é fazer pelo menos cinco viagens diárias.
Quanto custa
- Ainda não há um valor definido para a passagem. Estima-se que o valor fique muito próximo do que é pago pela passagem de ônibus, cerca de R$ 15.