10/07/2019 11:00 - Diário do Transporte
ADAMO BAZANI
A empresa de São Paulo Shift Mobilidade Corporativa, que tem escritório na Vila Sônia, zona Sudoeste da Capital Paulista, adquiriu recentemente quatro unidades do modelo micro-ônibus Volare Access-e com motorização totalmente elétrica.
Segundo a fabricante Volare, com isso, a Shift se torna a primeira empresa a ter coletivos 100% elétricos para transporte receptivo, de executivos, de funcionários e para eventos.
O modelo foi desenvolvido pela Volare em parceria com a empresa chinesa, que tem sede em Campinas, no interior paulista, BYD.
O micro-ônibus conta com piso baixo, o que facilita o embarque e desembarque, inclusive de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, como idosos, gestantes e obesos.
O modelo tem 9,150 metros de comprimento, 3,38 metros de altura e 2,430 metros de largura, com capacidade para 37 passageiros, sendo 22 sentados e 15 em pé.
Cada micro-ônibus tem dois motores BYD de 90 kW de potência e 450 Nm de torque máximo. Segundo as fabricantes, a autonomia das baterias é de 250 km.
Sistema de rebaixamento auxilia embarque e desembaque, assim como piso baixo. Imagens DC Produções/Gelson Mello da Costa – Texto: Adamo Bazani (Clique para Ampliar)
O sistema de regeneração da energia gerada na frenagem ajuda na autonomia também.
A suspensão é pneumática tanto na dianteira como na traseira “Full Air”, com seis bolsas de ar, o que pode reduzir as vibrações transmitidas pelo pavimento.
O micro-ônibus apresenta ainda um sistema de rebaixamento de sete centímetros para os momentos de embarque e desembarque.
De acordo com a Volare, o micro-ônibus com chassi BYD D7M pode reduzir em 86% a emissão de gases do efeito estufa (CO2) no ciclo de vida total do veículo na rede de energia do Brasil. Assim, este dado não leva em conta somente a operação (cuja redução de emissões é de 100%), mas a produção do veículo e a geração de energia. A redução de emissões pode ser comparada ao que 33 carros de passeio poluiriam na mesma vida útil em operação.
As fabricantes prometem também uma diminuição de até 70% dos custos operacionais na comparação com micro-ônibus do mesmo porte a diesel.
Em nota, o diretor e fundador da Shift, Alexandre Pinto, diz que a escolha do modelo deve permitir um diferencial da empresa em relação às concorrentes que prestam serviços semelhantes e que acredita que a mobilidade elétrica é o futuro dos deslocamentos.
“A motorização elétrica ou de fontes de energia renováveis é essencial para o futuro da mobilidade. A escolha pelo Volare Access-e se deu pelos diferenciais do produto: É um veículo moderno, sem emissão de gás carbônico, óxido de nitrogênio, nem da fuligem dos veículos tradicionais movidos a diesel, confortável e de tamanho compacto, entre vários outros atributos”
O diretor da Volare, João Paulo Ledur, diz esperar que no Brasil a cultura por veículos elétricos possa ganhar força.
“Temos feito um trabalho gradual e de aculturação. Desde o desenvolvimento do modelo, em razão de todo o seu ineditismo, tínhamos a consciência que seria um trabalho longo. Sabíamos que não era uma missão fácil. Apesar de cada vez mais utilizados em todo o mundo, no Brasil ainda não existe uma cultura forte sobre as vantagens e benefícios dos veículos 100% elétricos no transporte”.
Já o gerente nacional de vendas da Volare, Sidnei Vargas, afirmou que um dos desafios para o desenvolvimento do modelo foi encontrar soluções para redução de peso, o que torna o desempenho melhor.
“O modelo foi projetado para oferecer maior espaço interno, com a configuração das baterias em posição que proporcionem o máximo de eficiência, redução de custos operacionais e de peso total (um dos grandes desafios dos veículos elétricos para o transporte de passageiros)”
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes