Campinas viveu nesta sexta-feira (9) um dia de caos
provocada por uma greve inesperada que bloqueou ruas e afetou todo o transporte
público, inclusive o intermunicipal. Foram registrados 68 quilômetros de
congestionamentos durante todo o dia, incluindo o tráfego parado nas estradas
que cortam a cidade.
O número supera o recorde do ano passado, registrado também
em meio a uma greve de rodoviários, quando houve 57km de filas no dia 17 de
maio. Naquela data, a paralisação foi avisada com antecedência, aumentando o
número de carros nas ruas.
A greve desta sexta teve início após os motoristas e
cobradores de ônibus da linha verde entrarem no segundo dia de protestos contra
a mudança no plano de saúde da categoria.
Nenhum dos 238 ônibus da linha saiu da garagem. Coletivos de
outras linhas que estavam circulando aderiram ao movimento e ônibus foram
usados para bloquear ruas e avenidas. Milhares de passageiros tiveram que
descer e seguir viagem a pé.
Um dos pontos mais afetados foi a região da rodoviária.
Ônibus fecharam o acesso ao corredor de ônibus da Avenida Lix da Cunha e ao
Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira, levando outras linhas a
aderir.
A partir daí, um efeito cascata travou o trânsito nas principais
vias de entrada e saída da cidade. As rodovias Anhanguera, Santos Dumont e a
Campinas-Monte Mor (SP-101) foram as mais afetadas.
Pela manhã, o congestionamento chegou a 54 km — 27 nas
rodovias e 27 nas ruas e avenidas.
A volta para casa não foi diferente. Com exceção das
rodovias, que tinham trânsito intenso, mas sem registro de filas, o motorista
enfrentou trânsito lento nas vias urbanas.
Segundo estimativa da Empresa Municipal de Desenvolvimento
de Campinas (Emdec), o congestionamento à noite chegou a 15 km.
Dos 931 ônibus circulares que operam em Campinas, segundo a
Transurc, 651 não foram às ruas. Durante a manhã, em pleno horário de pico, 517
ônibus estavam parados. Na noite desta sexta, o Sindicato dos Rodoviários
assinou um acordo para pôr fim à greve.
A Transurc, associação que representa as empresas permissionárias informou que os funcionários que insistirem no movimento serão demitidos por justa causa.