Levantamento baseado em estudo da ANTP aponta que acidentes de trânsito custam R$ 19 bi por ano ao Brasil

02/11/2017 08:00 - Diário do Transporte

ALEXANDRE PELEGI

Com critérios baseados em estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), com dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, a Folha de SP desta quinta-feira (2 de novembro) traz um retrato da segurança viária preparado por consultores de gestão e economia da Falconi.

O trabalho, preparado com dados públicos e pesquisas do Brasil e do mundo, foi contratado pela Ambev, que é fabricante de cervejas.

De acordo com o relatório, as mortes e sequelas provocadas pelo trânsito brasileiro provoca, além das perdas emocionais, um custo anual de R$ 19,3 bilhões, segundo cálculos conservadores – valor superior ao PIB de 11 capitais, entre elas Natal, Maceió e Florianópolis.

A redução de vítimas na primeira metade desta década está muito aquém da meta traçada pelo governo federal.

De acordo com os dados apontados pelo trabalho as variações pelo Brasil são drásticas: há cidades com índices de mortes no trânsito comparáveis aos de países pobres africanos e outros equivalentes ao dos EUA.

Especialistas apontam que a embriaguez ao volante é uma das principais causas da acidentalidade no trânsito.

O levantamento feito pela Falconi aponta que as 39 mil mortes do trânsito de 2015 custaram R$ 11,6 bilhões aos cofres públicos. Além deste valor, outros R$ 7,7 bilhões foram consumidos no tratamento dos feridos, cálculo que leva em conta gastos públicos com saúde e previdência, incluindo também os ganhos potenciais das vítimas ao longo da vida.

Em 2015 o Brasil conseguiu diminuir seu índice de mortes no trânsito e retroagir ao patamar de 2004, ano em que a taxa era de 19,2 para cada 100 mil habitantes. Em 2012 havia sido de 23,6 para cada 100 mil habitantes.

O país acertou uma meta com a Organização Mundial de Saúde pela qual deveria chegar até 2020 com apenas 50% do número de mortes no trânsito registrados em 2010. Esse número, algo próximo a 21 mil mortes anuais nesses acidentes, está ainda muito longe.

Segundo a matéria da Folha de SP, assinada pelo jornalista Fabricio Lobel, o próprio Ministério da Saúde já estima que, em 2020, ainda serão 37,7 mil casos, o que representa redução de apenas 12% em relação à década anterior.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte