26/06/2014 07:55 - Gazeta do Povo
Um dos grandes desafios de Curitiba para a mobilidade urbana
é aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do sistema de transporte
coletivo. Desde 2011, a grande inovação foi a implantação do ligeirão, entre o
Boqueirão e o Centro. A replicação do mesmo modelo para o eixo Norte-Sul, do
Santa Cândida ao Portão, está "empacada”. Isso porque as adequações de trajeto
não foram concluídas e os ônibus novos não foram comprados. Mesmo sem data
prevista para iniciar a operação do Ligeirão Norte, a cidade já vai começar uma
nova fase de intervenções, desta vez no eixo Leste-Oeste, entre o bairro Campo
Comprido e o município de Pinhais.
Para o Ligeirão Norte entrar em operação, o coordenador de
mobilidade urbana do Ippuc, José Álvaro Twardowski, explica que dois aspectos
precisam ser definidos. O primeiro está relacionado às paradas do ônibus no
trecho entre a Praça do Japão e o Terminal Portão. O segundo é a aquisição da
frota pelas empresas concessionárias do sistema.
Essa compra dos veículos é solicitada pela Urbs, que estimou
a necessidade de 24 veículos para operar na linha, o que deve movimentar entre
50 e 80 mil passageiros por dia útil. O problema é que a aquisição não pode ser
feita agora porque, desde outubro de 2013, uma liminar da Justiça suspendeu a
obrigação de o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de
Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) comprar novos ônibus.
Na época, a liminar valia para a renovação da frota, que
está estabelecida em contrato, mas a medida também vale para a expansão do
número de veículos. Segundo a Urbs, para reverter esse impedimento, pode ser
feito um acordo extrajudicial com as empresas. Porém, tanto Urbs quanto
empresas não confirmam nenhuma negociação em curso. Quando o pedido puder ser
feito, haverá um prazo de 60 dias para a compra dos ônibus.
Praça
Inicialmente, o Ligeirão Norte sairia do Terminal Santa
Cândida e iria até a Praça do Japão, onde faria um retorno. No entanto,
moradores da região se posicionaram contra qualquer intervenção na praça, o que
obrigou o Ippuc a fazer uma nova proposta de itinerário.
Twardowski explica que a ultrapassagem dos ônibus poderá ser
feita até a estação-tubo Bento Viana, ainda na Avenida Sete de Setembro, que
passou pelas obras de desalinhamento. A partir desse ponto até o terminal do
Portão, não serão feitas obras de alargamento ou desalinhamento das
estações-tubo, já que o metrô passará por lá e substituirá o modal. "Esse
trecho tem quatro quilômetros e precisaria ter uma ou duas estações para o ligeirão
parar.”
Essas estações ainda não foram definidas, mas só precisaria
ser feito um investimento para uma possível ampliação. O ônibus retornaria do
terminal do Portão, que poderia ter alguma obra para acertar a geometria e
permitir que o ligeirão fizesse a volta. "O melhor local para o retorno é o
terminal, porque tem demanda garantida. Isso é bom para a região, porque ali
existem três grandes polos geradores de tráfego, os shoppings Total e Palladium
e o Muffato”, explica.
Reparos
Asfalto em duas
avenidas precisam de reforço estrutural
Quem passa pelas avenidas Sete de Setembro e João Gualberto
estranha o fato de o asfalto das canaletas, que passaram por obras
recentemente, estarem sendo refeitos com tanta regularidade. De acordo com a
assessoria da Secretaria de Obras de Curitiba, a razão para os reparos é de
reforço estrutural.
No projeto original de desalinhamento, não foi prevista essa
necessidade e, depois das obras de fresagem e recapeamento, ondulações se
formaram na pista e exigiram o reforço. Na Sete de Setembro, que teve uma
intervenção maior entre as ruas Coronel Dulcídio e Alferes Poli, as obras foram
por conta da prefeitura. Já na João Gualberto, os reparos são feitos pela
empreiteira.
Qualidade
Segundo a prefeitura, esses reparos não têm a ver com a
qualidade do asfalto usado, mas sim com o peso dos veículos que trafegam ali,
exigindo uma estrutura reforçada, com concreto na base.
Obras do eixo Leste-Oeste devem começar neste ano
Incluído no PAC 2, o aumento da capacidade do sistema BRT no
eixo Leste-Oeste de Curitiba deve levar dois anos para ser concluído. A
expectativa da prefeitura é licitar a primeira obra ainda neste ano. O trecho,
que vai do CIC-Norte, na altura da Rua Eduardo Sprada, até o Terminal Pinhais,
com ramificação para o bairro Centenário, foi dividido em dois trechos. A obra
deve custar cerca de R$ 194,5 milhões, entre verbas do governo federal e
contrapartida da prefeitura.
O coordenador de mobilidade urbana do Ippuc, José Álvaro
Twardowski, explica que o trecho Leste, da Praça Rui Barbosa até Pinhais e o
bairro Centenário, deve ter obras mais complexas e que envolvem outros órgãos,
como a Comec e a prefeitura de Pinhais. Já no trecho Oeste, entre a Rui Barbosa
e a Rua Eduardo Sprada, os projetos de intervenção estão mais definidos. No
entanto, em toda a extensão das canaletas uma mesma troca poderá ser feita: sai
o asfalto e entra o concreto rígido, que tem mais durabilidade.
Entre a Rua Eduardo Sprada e o Terminal Campina do Siqueira,
há o estudo de implantação de uma nova estação, para atender a região do Campo
Comprido. Entre o terminal e a Praça Rui Barbosa, haverá a troca de pavimento e
uma mudança de paisagismo. "As estações vão ter um tratamento especial, com a
reformulação das calçadas e das próprias estações, para que haja uma região
acalmada no entorno”, explica.
Convívio
Nas estações da Avenida Padre Anchieta, o plano é criar um
ambiente de convívio adequado entre ônibus, carros, ciclistas e pedestres. Uma
mudança é a rede elétrica, que passará a ser subterrânea. Os terminais do
trecho também serão remodelados e ampliados, além de contar com bicicletários.
Confira as obras
de ampliação da linha