É a segunda vez que a previsão de conclusão do ramal é adiada; estimativa inicial era de que os trens operassem em 2018
SÃO PAULO - Prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) inicialmente para 2018 e depois para 2020, a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo terá mais um ano de atraso e só deve ser entregue em 2021. A obra orçada em R$ 9,6 bilhões vai ligar a Vila Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na Liberdade, na região central.
“(A linha) será entregue o mais rápido possível. Agora, nós começamos (a obra) praticamente no ano passado. Geralmente são seis anos de obra, se começou em 2015, (será entregue em) 2021”, disse. “Se nós pudermos, vamos antecipar’, disse o governador na manhã desta quarta, durante evento para o início das obras de escavação da Estação João Paulo I, na Freguesia do Ó, zona norte.
Atraso. Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos, disse que o prazo de entrega foi adiado em função do atraso no financiamento do governo federal. “Em razão de um ano de atraso no recebimento do financiamento federal, da Caixa Econômica Federal, tivemos um pequeno atraso no pagamento das desapropriações”, disse. A reportagem não conseguiu contatar a Caixa na noite desta quarta.
Todo o investimento da obra é do consórcio, exceto as desapropriações, que ficaram a cargo do Estado. Em setembro do ano passado, quando foi iniciada a obra da primeira estação da Linha 6, o governo estadual enfrentava problemas com as desapropriações e admitia que os custos, inicialmente previstos em R$ 670 milhões, deveriam passar de R$ 1 bilhão.
Com 15 estações, em um total de 15,3 quilômetros, a Linha 6 teve o contrato assinado em dezembro de 2013, com previsão de início das obras para o ano seguinte. No entanto, a primeira estação da linha só começou a ser construída em setembro de 2015, e a previsão na época era de que a operação seria iniciada em 2020. A linha 6 terá conexão com as linhas da CPTM 7-Rubi e 8-Diamante e as do Metrô 4-Amarela e 1-Azul.
Queda de passageiros. O governador também afirmou que a queda de passageiros e, consequentemente da receita tarifária do Metrô, não traz impactos para a construção de novas linhas e estações. O Estado mostrou nesta quarta-feira, 22, que a média diária de pessoas transportadas nas seis linhas caiu de 4,46 milhões, entre janeiro e maio de 2015, para 4,37 milhões no mesmo período deste ano, o que deve resultar em queda de até R$ 60 milhões na receita tarifária.
“As obras não são feitas com dinheiro do Metrô, são feitas com dinheiro do Estado. O metrô não tem capacidade com a tarifa de fazer investimento”, disse o governador, afirmando que as obras do metrô têm financiamento e que o Estado “raspa o fundo do tacho” para atender as contrapartidas.
“A crise é tão grave que as pessoas pararam até de andar de metrô, mas em nenhum outro órgão federado se investe tanto no metrô como em São Paulo. Isso tudo é investimento do Estado, não tem um centavo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou da Prefeitura”, disse Alckmin.