Modernização de trens continua sem prazo

16/05/2016 10:14 - Diário do Nordeste

O intervalo entre os trens é variável, sendo o menor tempo de espera 30 minutos e o maior 1h30. Nas estações da Linha Oeste do Metrô de Fortaleza - que apesar do nome usa quatro trens movidos a diesel - os passageiros sabem decorado os horários. No meio de transporte que liga o Centro da Capital ao município de Caucaia, as carências são evidentes. Mas a modernização da Linha, anunciada pelo Estado e pela União em 2013, hoje, segue sem previsão de efetivação.

As 10 estações que se distribuem pelos 19,5km da via Oeste são modestas e não têm sinalização eletrônica, nem sistema de bilhetagem. Há seguranças, porém alguns profissionais relataram à equipe de reportagem, na semana passada, que em determinadas paradas assaltos são corriqueiros. A tarifa é R$ 1,00 e a viagem dura 40 minutos.

No trem que move-se a 50km/h, o ajudante de restaurante Betuel Antão reclama da falta de integração. Ele utiliza o modal para ir do Araturi (em Caucaia) ao Centro de Fortaleza, de onde segue para Maracanaú, seu local de trabalho. Neste deslocamento usa a Linha Sul do metrô - detalhada pelo Diário do Nordeste em reportagem do último dia 12. "Se eu fosse pagar ônibus, eu gastaria oito reais só para ir. E isso eu uso no trem e no metrô para ir e vir. Mas poderia ter integração", diz.

Melhorias

Em dias úteis, a Linha Oeste transporta, em média, 6.318 pessoas. Mantida pelo Governo do Estado, a Linha custa R$ 1,2 milhão por mês. Para o presidente do Metrofor, Eduardo Hotz, "é um serviço pouco confortável, de qualidade inferior ao metrô, que precisa ser mudado".

A modernização anunciada em 2013 pelos governos Estadual e Federal prevê, dentre outros pontos, a eletrificação e duplicação da linha - hoje não são realizadas viagens simultâneas -, implantação de 10 trens elétricos, construção de 13 estações e a urbanização das atuais.

As intervenções têm um custo total estimado em R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 610 mil do Orçamento Geral da União - já que a Linha foi incluída no PAC 2 da Mobilidade Urbana -, R$ 30,5 milhões do Estado e R$ 579 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Tudo agora está paralisado e incerto. Está previsto mas sem prazo para ocorrer. A União não tem condições e o Estado não pode assumir", afirma Eduardo.