Na Zona Rural, motociclistas circulam livremente sem capacete em Petrolina

13/08/2014 07:00 - G1 Petrolina

Os cuidados com a segurança no trânsito são fundamentais para evitar acidentes. Na Zona Rural de Petrolina, no Sertão pernambucano, condutores ignoram regras de trânsito e não fazem o uso de capacete, equipamento  indispensável na condução de motocicletas.

Nos núcleos 10 e 11 do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, por exemplo, os motociclistas circulam pelas ruas sem o equipamento de proteção. "Eu estava ali agora e resolvi descer com um colega meu. Aqui é assim, a gente vem de um lote ali, mas para outro campo eu não vou sem capacete”, conta um condutor.

De acordo com outro homem que pilotava uma motociclieta, a falta de fiscalização favorece o não uso do capacete na localidade. "Os carros das autoridades não andam aqui, a polícia não tem nada e a gente faz o que pode”, destaca o motociclista.

O coordenador de Educação para o Trânsito da Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo (EPTTC), Jilmar Barros, revelou que ainda não existem fiscalizações punitivas, apenas educativas. "Nós já fomos no Projeto Bebedouro, no distrito de Nova Descoberta e no Núcleo 11 e posteriormente estaremos indo em outros núcleos para poder fazer essa campanha e coibir essa prática de pessoas que não fazem o uso do capacete”.

Na Zona Urbana, a realidade encontrada já é diferente. Os dados da EPTTC revelam que houve uma redução de 37 % na quantidade de condutores de veículos autuados por pilotarem sem capacete. Até julho de 2013, foram 98. No mesmo período deste ano, foram 62.

Na cidade, a grande parte dos motociclistas trafega com o capacete, mas comete uma outra infração, alguns andam com a viseira do equipamento aberta. "Eu só piloto à noite com a viseira fechada por causa dos mosquitos. Eu acho que não tem problema algum”, garante o estudante Jonatas Lopes.

Trafegar com a viseira do capacete aberta é uma infração considerada leve, pelo Código de Trânsito Brasileiro. São 3 pontos na Carteira Nacional de Habilitação e uma multa no valor de R$ 53,20.

O coordenador do trânsito alerta para a utilização do equipamento. "A viseira protege o condutor de causar um acidente. A pessoa pode perder os reflexos na hora e isso pode trazer prejuízos”, ressalta Jilmar

O neurocirugião Ricardo Brandão explica que o capacete ameniza as consequências. "Evita um acometimento no cérebro e um traumatismo crânico-encefálico e a gente recomenda não só para usuários de motocicleta, mas também para as crianças que andam em seus patinetes, o capacete é bastante importante”.

Uma lesão provocada pelo não uso ou mal posicionamento do capacete, pode trazer sérias lesões ao corpo."Desde coisas mais simples como um trauma craniano leve, que a pessoa somente perde a consciência e recobra depois e fica bem. Ou pode acarretar hemorragias intracerebrais graves, que precisam de intervenções cirúrgicas. Às vezes muito frequentemente pode acontecer sequelas".

Na cidade, os capacetes variam de R$60 a R$430. Existem os mais simples e outros que oferecem conforto e maior segurança. O problema é que muita gente desconsidera esses fatores e na hora da compra leva o mais barato.O vendedor José Adeilson conta que deve ser observado o tamanho da cabeça, para não ficar nem apertado, nem folgado demais. "A maioria olha o preço e não se importa com a segurança".