O bem-vindo Arco Metropolitano precisa ser concluído

03/07/2014 07:30 - O Globo / Extra - RJ

Leia: RJ inaugura Arco Metropolitano após 40 anos e espera PIB R$ 1,8 bi maior - G1 Rio / O Globo

EDITORIAL

Enquanto nos Estados Unidos os custos com logística não ultrapassam o equivalente a 7% do PIB, no Brasil absorvem algo como 11% do Produto Interno Bruto. Tal diferença se deve especialmente à deficiência na infraestrutura, a problemas de gestão e à falta de integração entre as diferentes modalidades de transporte de carga.

Para que a economia brasileira seja mais competitiva, avanços na logística são fundamentais. Nesse sentido, a inauguração do novo trecho do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro é um passo importante. O Rio de Janeiro é a segunda unidade da federação que mais contribui para o PIB brasileiro. A região metropolitana concentra a maior parte da população e da atividade econômica do estado. Terminais portuários situados nas baías de Guanabara, Sepetiba e Ilha Grande movimentam mais de 50% de cargas com origem ou destino fora do próprio RJ. Portanto, o Arco terá considerável impacto tanto localmente como para o país. A Firjan, federação das indústrias, estima um ganho de eficiência proporcionado pelo Arco equivalente a 20% do custo de transporte no estado, com a retirada da Avenida Brasil — e outras vias já sobrecarregadas — de dez mil caminhões e carretas que passarão a utilizá-lo diariamente. Cerca de 22 mil veículos também deverão percorrer o Arco por dia, desafogando o tráfego na própria Baixada Fluminense.

Pelo número de empresas interessadas em se instalar ao longo do Arco (pelo menos 40 projetos já manifestaram essa intenção), a via dará forte impulso à economia da Baixada, cuja fragilidade é um dos mais graves problemas da região metropolitana.

Mas o Arco ainda é uma obra inacabada. Restam 25 quilômetros a serem duplicados em uma rodovia federal existente (BR 493). É exatamente o trecho que faz a ligação com o Norte Fluminense e à região onde funcionará a nova refinaria e o complexo petroquímico (Comperj) capitaneados pela Petrobras. Diferentemente dos 71,2 quilômetros agora inaugurados, de fato uma nova via, esse 25 quilômetros finais são de uma estrada com volume de tráfego hoje excessivo, pois serve de alternativa à Ponte Rio-Niterói. Mal conservado, o trecho tornou-se perigoso, com elevada incidência de acidentes. Concluir o Arco é, então, uma necessidade urgente. A obra está a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e foi protelada demasiadamente. Prevista para começar em agosto, deve se estender até 2016, porque, embora atravesse regiões planas, a duplicação ocorrerá sem fechamento da rodovia.

O Arco é um projeto que ficou quase quarenta anos na gaveta. Saiu do papel há sete, e, mesmo assim, o trecho agora inaugurado teve um atraso de quatro anos. Espera-se que para os 25 quilômetros restantes as obras não se arrastem.


 =0=0=0=0=0=

Extra - RJ

Arco Metropolitano: acessos sem asfalto e sinalização deficiente

Motoristas que optaram por utilizar o recém-inaugurado Arco Metropolitano ontem encontraram trânsito tranquilo, mas se surpreenderam com os acessos à pista. Alguns trechos não estão prontos, as alças de acesso à via estão sem asfalto e ainda falta sinalização.

- Eu queria ir para Japeri mas acabei me perdendo. Tive que parar e perguntar por onde entrava. Não havia sinalização - desabafou o engenheiro Lúcio Almeida.

Além da falta de placas, na altura do km 65, em Nova Iguaçu, parte da pista sentido Japeri não foi concluída.

- Seria bom ter inaugurado com tudo pronto, né? Era mais coerente - comenta um funcionário da obra, que preferiu não se identificar.

No primeiro dia de funcionamento, quem pegou a nova estrada com a intenção de descer em Nova Iguaçu, foi obrigado a praticar rali.

- A entrada de Santa Rita está um absurdo. Tive que disputar lugar com os caminhões em meio a muita terra. Quase que meu carro fica atolado - reclama o comerciante José Silvino.

Os motoristas devem ainda prestar atenção na velocidade. Vinte radares móveis monitoram os veículos, com limites de 110 km/h para carros de passeio e de 90 km/h para caminhões.

Obra será liberada por etapas

A Secretaria estadual de Obras (Seobras), responsável pelo Arco Metropolitano, garante que uma das alças em Adrianópolis, Nova Iguaçu, ficará pronta em três dias. As demais serão concluídas dentro de 15 dias.

Ainda segundo o órgão, o município de Japeri continuará funcionando com acessos provisórios até a pavimentação das vias, o que deve ocorrer em até dois meses.

Já sobre o estreitamento de uma faixa sobre a reversível em Vila Cava, Nova Iguaçu, a Secretaria informa que a situação está assim por conta da finalização do viaduto da pista, no sentido Itaguaí. O viaduto, em questão, será liberado para o fluxo de veículos em até 30 dias.

Segundo o órgão, o Arco Metropolitano entre Duque de Caxias e Itaguaí recebeu 2.694 veículos, entre leves e pesados, ontem. Durante às 11h e às 16h, não foi verificado qualquer incidente na rodovia, inclusive nos sentidos com estreitamentos de pistas.

A Secretaria de Obras e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que opera a via, estão realizando todos os ajustes técnicos e operacionais nesta primeira semana. Com o objetivo de deixar a via com toda a segurança para os motoristas e moradores do entorno.