Regiões da capital paulista com mais opções de transporte são as que empregam mais

27/09/2022 08:00 - Diário do Transporte

ALEXANDRE PELEGI

Grande parte dos postos de trabalho na capital paulista está concentrada ao longo de importantes vias estruturais de transporte.

Isso é o que demonstra o estudo Informe Urbano 54, divulgado pela Coordenadoria de Produção e Análise de Informação (Geoinfo), da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL).

Em São Paulo essas regiões são chamadas de Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM).

A MEM abrange regiões como a central (Sé, República, Brás, Bom Retiro e Barra Funda), as marginais Tietê e Pinheiros, o entorno das redes ferroviárias e os territórios das Operações Urbanas Consorciadas (Água Branca, Faria Lima e Água Espraiada).

Nessas regiões (MEM), onde há maior oferta de transporte, estão concentrados 44,4% dos postos de trabalho ocupados na capital.

Comunicado da prefeitura de São Paulo informa que a SETRAM (Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana), por meio da SPTrans, implementou recentemente diversas faixas exclusivas de ônibus nesses locais para melhorar a fluidez dos coletivos.

São citados como exemplos as novas estruturas na Alameda Barão de Campinas, Alameda Nothmann, Rua Helvétia e Rua Guaianases. “De 2021 até o momento já são 25,5 km de faixas exclusivas para ônibus inauguradas, ou seja, 51% do total previsto até o fim de 2024”, diz a prefeitura.

Além das faixas, para facilitar o acesso da população até a região central, a prefeitura destaca o Programa de Metas, que prevê a viabilização de dois corredores de ônibus no modelo BRT (BUS RAPID TRANSIT) nas avenidas Aricanduva e Radial Leste, além da construção de quatro novos terminais de ônibus.

MACROÁREA DE URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA

A Macroárea de Urbanização Consolidada (MUC) ocupa o segundo lugar na pesquisa, com 27,7% dos postos de trabalho. Com um padrão elevado de urbanização, são regiões com saturação viária e concentração de serviços.

É formada pelas zonas estritamente residenciais e por bairros predominantemente residenciais, que sofreram atração de usos não residenciais, sobretudo serviços e comércio.

MACROÁREA DE QUALIFICAÇÃO URBANA

Com 16,7% dos empregos está a Macroárea de Qualificação Urbana (MQU).

A MQU é conhecida pela existência de vazios intraurbanos com ou sem cobertura vegetal, áreas urbanizadas com diferentes padrões de ocupação, predominantemente horizontais, e regiões com concentração de atividades industriais.

BAIXA RENDA

As Macroáreas de Redução da Vulnerabilidade Urbana (MRVU) e de Redução da Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental (MRVRA) ocupam os últimos lugares na pesquisa, concentrando 6,6% e 2,5% dos postos de trabalho da cidade, respectivamente, em 2019.

São territórios caracterizados pela ocupação da população de baixa renda e grande quantidade de assentamentos precários e irregulares. Juntas tiveram a geração de 16,7 mil postos de trabalho.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes