Táxi de rua? Táxi por aplicativo? Ou o novo e polêmico Uber,
serviço de motorista particular por aplicativo?
O R7 testou os serviços.
No dia 18 de setembro, às 23h15, em frente ao metrô Faria
Lima, três repórteres iniciaram suas viagens. Um deles acenou para o primeiro
táxi que apareceu. Outra repórter usou o aplicativo. O terceiro pediu o serviço
de motorista. Todos seguiram para o Centro Cultural Vergueiro.
Na mira dos taxistas, Uber se defende: "Sistema de
transporte prestou um serviço ruim por décadas"
Polêmico entre taxistas, aplicativo para "carona
paga" Uber estreia no Brasil
O quadro comparativo (veja ao lado) mostra que o táxi de rua,
dependendo do local onde se embarca, pode ser a opção mais rápida. Mas o
pagamento, muitas vezes, só pode ser feito em dinheiro. Pelo aplicativo, o táxi
pode demorar um pouco mais, mas costuma aceitar cartão. O Uber é o mais
confortável dos serviços, mas exclui, por exemplo, o pagamento com dinheiro.
Após o quadro, veja a descrição da viagem feita por cada
repórter.
TÁXI DE RUA
Eram 22h15. Em frente ao metrô Faria Lima, em Pinheiros,
esperei menos de um minuto para pegar um táxi da maneira mais antiga:
sinalizando com a mão.
O Fiat Doblô, dirigido pelo seu Crispin, estava com o rádio
ligado. Ao abrir a porta, o motorista o desligou. Mas insisti: perguntei como
estava o jogo do Brasileirão e ele religou o rádio para que eu pudesse
acompanhar a partida.
A conversa então começou pelo futebol e se desenrolou.
O taxista disse que trabalha há 18 anos da mesma maneira:
sem GPS e aplicativos. Com ponto na zona sul, disse rodar a cidade de olhos
fechados.
O ar-condicionado estava ligado e o trajeto foi feito sem
sustos. A viagem terminou em 24 minutos. O valor marcado no taxímetro, em
bandeira dois, ficou R$ 35,60. O motorista o arredondou para R$ 35,00.
TÁXI PELO APLICATIVO
Solicitei um táxi usando o aplicativo 99Taxi em frente ao
metrô Faria Lima às 22h15. O táxi chegou às 22h22.
Fui atendida por um Corsa Sedan Premium. O motorista, seu
Genilson, disse não saber ao certo onde ficava meu destino, o Centro Cultural
São Paulo, mas preferiu arriscar o caminho sem o GPS até se aproximar do metrô
Vergueiro.
Durante o trajeto, o motorista foi simpático, mas um tanto
insistente: tentava puxar papo, falava do tempo, de baladas. Queria saber minha
profissão.
O motorista ouvia rádio, mas o volume estava baixo e não me
incomodava. O carro estava limpo.
Para chegar ao meu destino, o motorista mudou de rota três
vezes. Tentou a avenida Nove de Julho. Depois, tentou um caminho pela avenida
Juscelino Kubitschek. A certa altura, me vi em frente ao parque do Ibirapuera.
A corrida ficou em R$ 45, um valor acima do esperado.
Cheguei ao Centro Cultural Vergueiro (destino final) às 22h49.
UBER
Fui o último, entre os meus colegas, a deixar o Largo da
Batata. Saí às 22h37. Ao abrir o aplicativo para chamar o Uber, o sinal de
internet não me ajudou e, por falta de atenção ou de costume, digitei meu
destino no lugar em que deveria digitar o local onde eu estava. Poderia, então,
por falha minha, ter me ficado à deriva.
Mas não: imediatamente meu celular vibrou. Era o motorista
Arnaldo, que já aparecia na tela do aplicativo como o condutor mais próximo.
Arnaldo se identificou, e pediu que eu confirmasse minha localização. O dado
que eu havia digitado errado foi, então, corrigido. Nada mau para uma primeira
impressão.
Durante os 22 minutos de espera, foi possível verificar o
trajeto feito pelo condutor na tela do smartphone.
Assim que o Ford Fusion preto de Arnaldo estava próximo, o
celular vibrou novamente. O motorista me dizia, pelo app, qual era seu carro e
informava estar próximo.
Ao entrar no veículo, Arnaldo confirmou o destino, ativou o
GPS, perguntou se o ar condicionado estava muito frio e seguimos. À minha
disposição, havia água mineral e uma TV digital.
Durante o trajeto, pegamos a avenida Faria Lima, um trecho
da avenida Nove de Julho e a avenida Brasil.
Arnaldo explicou que está fazendo aulas de inglês para
atender aos turistas que ele vem transportando em número crescente.
Após 23 minutos, chegamos ao destino marcado e Arnaldo
acessou o aplicativo, que fez o cálculo do valor pela viagem e me pediu uma
confirmação.
O motorista explicou que o valor é automaticamente enviado
para minha fatura de cartão de crédito. Por isso não há troca nenhuma de
valores feita no carro.
Alguns minutos depois, recebi um e-mail informando o preço
de R$ 38,92 pela corrida. O serviço arredondou a corrida para R$ 38 e pediu
minha avaliação.
Mais alguns minutos após o envio da minha opinião, a equipe do aplicativo me deu um código de R$ 20 para desconto nas próximas corridas.