Novo relatório do SIM já está disponível

29/07/2014 07:30 - ANTP - SIMOB

A população dos municípios com mais de 60 mil habitantes fez, em 2012, 62,7 bilhões de viagens, o que corresponde a cerca de 210 milhões de viagens por dia. Em distância, significa dizer que as pessoas percorreram432 bilhões de quilômetros por ano(cerca de 1,44 bilhões por dia), usando várias formas de deslocamento.

As viagens a pé e em bicicleta foram a maioria (25,1 bilhões = 40% do total), seguidas pelo transporte individual motorizado – carros e motocicletas (19,4 bilhões = 31% do total) – e pelo transporte coletivo (18,2 bilhões = 29% do total).

Estes e muitos outros dados estão no relatório 2012 do SIM – Sistema de Mobilidade Urbana da ANTP, que acaba de ser publicado no site.

O SIM compreende a coleta e o tratamento de dados de transporte público e tráfego urbano dos municípios brasileiros com população superior a 60 mil habitantes. São 438 cidades distribuídas pelo país que totalizam 119 milhões de habitantes (61% da população brasileira).

O relatório é bastante completo. Analisa dados importantes referentes à mobilidade nas cidades, o que abrange as distâncias percorridas pelas pessoas, o tempo despendido, a energia consumida e os gastos individuais e sociais (custo da mobilidade). Na sequência, o relatório detalha o custo das externalidades – quanto custa para a sociedade a poluição e os acidentes de trânsito gerados pelos diferentes modos de transporte.

Mobilidade. Voltando aos dados: o relatório informa que do total das viagens realizadas em transporte coletivo (18,2 bilhões) nas cidades brasileiras com mais de 60 mil habitantes, 70% delas aconteceram em ônibus municipais, 17% em ônibus metropolitanos e 13% em trilhos, o que comprova a grande dependência dos ônibus para o deslocamento da população urbana brasileira. Este número de viagens corresponde a uma mobilidade média de1,76 viagens por habitante por dia.

Nos municípios de grande porte as pessoas percorrem 19,9 quilômetros por habitante, por dia,  no processo de mobilidade urbana, enquanto nos municípios de pequeno porte o valor é de apenas 4,9 quilômetros por habitante, por dia.

Uma conclusão do relatório: municípios maiores possuem maior quantidade de viagens nos modos motorizados; municípios menores possuem maior quantidade de viagens a pé e por bicicleta.

Tempo. Nestes deslocamentos os habitantes das cidades que formam o universo da pesquisa (com mais de 60 mil moradores) gastam, por ano, 22,4 bilhões de horas para deslocar-se. A maior parte do tempo é gasta nos veículos de transporte público (49%), seguido pelas viagens a pé (25%). O usuário de transporte coletivo está sujeito, assim, a tempos médios de viagem superiores – gastam mais tempo, portanto, em seus deslocamentos. Conclusão: o transporte coletivo representa 29% do total das viagens, mas consome 49% do total de tempo na mobilidade.

Energia. Na questão ambiental tem-se que os automóveis são os grandes vilões no consumo de energia. Por dia as pessoas que usam transporte individual consomem 75% da energia (72% carros e 3% motos), ao passo que os usuários de transporte coletivo consomem apenas 25%.

No ano de 2012 os custos individuais da mobilidade são estimados em R$ 184,3 bilhões – desse montante o transporte individual responde por 79%. Já os custos sociais (arcados pelo poder público) são estimados em R$ 10,3 bilhões por ano. De novo o transporte individual é o maior gastador: 77%.

Quando se comparam as despesas individuais por habitante, vemos que elas crescem de R$ 2,53 por dia nas cidades menores para R$ 7,20 por dia nos municípios maiores. Ou seja, quase triplica.

Custos das externalidades.Outro dado importante e ao mesmo tempo assustador:  o custo total da emissão de poluentes e dos acidentes de trânsito é de R$ 21,5 bilhões por ano: cerca de R$ 6,3 bilhões referem-se à poluição atmosférica e R$ 15,2 bilhões aos acidentes de trânsito.

Nestes indicadores mais uma vez se nota o prejuízo à sociedade causado pelo transporte individual (motorizado): o transporte coletivo responde por um gasto de R$ 2,2 bilhões por ano em acidentes de trânsito, enquanto o transporte individual consome mais de 6 vezes este valor: R$ 13 bilhões. No custo da poluição outra relação desfavorável para a maioria dos habitantes: enquanto o transporte coletivo provoca um custo de R$ 2,3 bilhões /ano, o transporte individual responde por quase o dobro, R$ 4 bilhões.

No total, os custos anuais da mobilidade e das externalidades podem ser estimados em R$ 205,8 bilhões. Os custos do transporte individual (R$ 174,0 bilhões) correspondem a 85% desse total.

O relatório do SIM, versão 2013 (com dados de 2012) pode ser lido na íntegra aqui. Relatórios de anos anteriores e outros estudos sobre a mobilidade nas cidades do Brasil também podem ser encontrados no site da ANTP.