Barcas deixam de aceitar cartões de débito e crédito

28/05/2015 08:07 - O Globo

Desde o dia 1 º deste mês, as bilheterias das barcas e catamarãs de Rio e Niterói deixaram de aceitar car tões de crédito e débito na compra de passagens. Com isso, quem não tem o bilhete único só pode pagar pelos tíquetes com dinheiro vivo na boca do caixa. Segundo a CCR Barcas, a decisão foi tomada com objetivo "padronizar o sistema de cobrança nas bilheterias”. A concessionária alega que, atualmente, 80% dos passageiros do sistema são cadastrados no Bilhete Único. A restrição, no entanto, vem desagradando aos usuários, principalmente os que costumam comprar várias viagens, pois agora eles precisam andar com quantias altas na carteira.

A cantora lírica Livia Dias, moradora de Icaraí, como não tem o cartão que dá direito ao benefício do subsídio nas tarifas, compra o tíquete avulso para o catamarã. Ela reclama que o sistema antigo era mais prático.

— Nem sempre ando com dinheiro na bolsa, e era muito mais fácil pagar com cartão. S em contar que lá em Niterói não tem banco muito perto da estação e, quando esqueço o dinheiro, tenho que procurar uma agência — reclama.

Os passageiros que desejarem comprar 30 viagens, por exemplo, terão que sacar R$ 150. O preço da tarifa para quem não tem bilhete único éR$ 5.

A concessionária informou que "incentiva, através de campanhas, a adoção desse cartão para que os usuários usufruam do benefício do subsídio nas tarifas das linhas sociais". E acrescenta que os passageiros podem recarregar o cartão RioCard nos pontos de autoatendimento.

De acordo com a Secretaria estadual de Transportes e a Agência Reguladora do setor ( Agetransp), não há no contrato de concessão nenhuma cláusula que obrigue a concessionária a aceitar pagamento em cartão. A SuperVia e o metrô também só aceitam pagamento em dinheiro.

O diretor jurídico do Procon, Carlos Eduardo Amorim, diz que não há ilegalidade. Segundo ele, o importante é que o passageiro seja informado com antecedência. Nenhuma reclamação do tipo foi registrada até agora.

— Como era costume aceitar antes, é importante que o consumidor seja informado com antecedência. Não recebemos nenhuma reclamação. Caso informações deste tipo sejam registradas, com certeza iremos autuar a concessionária — afirma o diretor do Procon.