01/10/2014 07:40 - Diário do Nordeste - Fortaleza
Três dos onze candidatos à Presidência da República estão à
frente das pesquisas de intenções de votos para as eleições e é principalmente
a eles que se dirige a "Agenda Cebds - Por um País Sustentável", do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), um
conjunto de propostas na área de Sustentabilidade.
Lançado em agosto, o documento foi desenvolvido a pedido dos
CEOs das empresas associadas ao Conselho. Foram destacados cinco
macro-objetivos que englobam 22 propostas transversais ao tema da
Sustentabilidade, em áreas como Educação, Saneamento, Equidade, Biodiversidade,
Gestão de Recursos Hídricos, Energia e Mobilidade. Participam a Abralatas,
Basf, Bayer, Brasil Kirin, Braskem, BRF, DNV, Dow Latin America, Ecofrotas, EY,
GE, Lafarge, Masisa, Monsanto, PepsiCo, Pirelli, Renova Energia, Rhodia Solvay
Group, Schneider Eletric, Shell, Siemens, Syngenta, Unilever e Walmart.
Marina Grossi, presidente do Cebds, destacou o desafio de
fazer mais com menor impacto e a importância da visão de longo prazo. Para isso
o Cebds lançou, em 2012, o "Visão Brasil 2050", documento com uma
visão de futuro sustentável. "A Agenda representa um avanço histórico na
relação entre os setores público e privado, quando pela primeira vez grandes
empresas apresentaram propostas para o desenvolvimento sustentável, iniciando
um diálogo com governantes desde o início do mandato", afirmou. "É
uma nova forma de fazer política em que buscamos criar aderência às boas
práticas do meio empresarial, dar escala a essas ações e aumentar a
competitividade do Brasil internacionalmente", completou.
As propostas foram apresentadas pelos CEOs aos candidatos à
presidência, para validarem com quais pontos da Agenda se comprometem
previamente. Após a definição do novo presidente, será feito um novo encontro,
em janeiro, para a entrega formal das propostas validadas pelo candidato e a
criação de um fórum permanente de acompanhamento do que foi discutido. O
documento será também apresentado para as lideranças partidárias e Congresso,
já que as decisões envolvem todas essas esferas e o intuito é que a discussão
seja ampliada e endossada pelo máximo de futuros governantes. A agenda está
disponível no endereço cebds.Org.Br/agenda.
O Cebds é uma associação civil sem fins lucrativos que
promove o desenvolvimento sustentável em empresas que atuam no Brasil, por meio
da articulação junto aos governos e a sociedade civil. Hoje reúne em torno de
70 empresas, dos maiores grupos empresariais do País, com faturamento de cerca
de 40% do PIB e responsáveis por mais de um milhão de empregos diretos. É
representante no Brasil do World Business Council for Sustainable Development,
que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22
setores industriais, além de 200 grupos empresariais.
Diálogo
Em setembro, o Cebds convidou um grupo de jornalistas para o
primeiro "Diálogo com Jornalistas", em São Paulo, para discutir a
cobertura das eleições, do ponto de vista da sustentabilidade, e aprofundar o
debate sobre dois temas vitais para o desenvolvimento do país: água e energia.
O workshop para jornalistas "Eleições 2014:
sustentabilidade na cobertura da imprensa" foi conduzido por quatro
lideranças do setor empresarial e da academia: Alexandre Szklo, professor do
Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ; Samuel Barreto, diretor do
Movimento Água para São Paulo (MApSP) da The Nature Conservancy (TNC); Rui
Nogueira, diretor da Patri Políticas Públicas; e Marina Grossi, presidente do
Cebds. Samuel destacou que a crise de abastecimento de água como uma
oportunidade de mudança de paradigma na gestão da água, da governança como
indutora de boas práticas.
SAIBA MAIS
Objetivo 1:
Agregar valor aos produtos da indústria brasileira
Defender o "Selo Brasil", capaz de diferenciar nos
mercados internacionais produtos brasileiros confeccionados com matriz
energética mais limpa e menor emissão de CO2.
Nas compras governamentais, adotar critérios de
sustentabilidade que privilegiem produtos com menor impacto ambiental.
Objetivo 2:
Valorizar e proteger os ativos e recursos naturais brasileiros
Regular e incentivar o Pagamento por Serviços Ambientais, a
partir de projetos da iniciativa privada, por meio de dedução de impostos
devidos - no padrão lei Rouanet.
Instituir novo marco legal do patrimônio genético, para
desburocratizar o acesso à biodiversidade e ao conhecimento tradicional, de
forma sustentável.
Estabelecer uma política de bonificação tarifária para
consumo inteligente no uso da água e de energia na indústria, no comércio e em
ambientes condominial e rural.
Objetivo 3:
Ampliar o acesso à infraestrutura e serviços básicos e de qualidade para a
população
Estabelecer metas via Lei de Responsabilidade Sanitária,
para melhorias nos indicadores de saneamento, com penalização ou premiação, e
estimular a ampliação das parcerias.
Promover uma melhoria sistêmica na qualidade da educação
básica incluindo modelos de gestão compartilhada com a iniciativa privada.
Objetivo 4:
Promover eficiência e qualidade de vida nos centros urbanos brasileiros
Estabelecer requisitos de construção sustentável
certificada, como o estímulo de sistemas de aquecimento solar, racionalização
do uso de água e reciclagem de resíduos.
Ampliar a oferta de transporte público de qualidade,
diversificando modais e informatizando a operação e fiscalização.
Objetivo 5:
Liderar a transição para a economia de baixo carbono
Criar políticas de leilões regionais e por fonte geradora,
de modo a construir uma matriz elétrica mais equilibrada.
Estabelecer políticas de incentivo aos investimentos em
smart grid para ampliar o consumo inteligente de energia e a geração
distribuída, inclusive por meio de fontes limpas e renováveis.
FONTE: AGENDA CEBDS