Prefeitura aumenta em 16,6% valor da passagem de ônibus

18/12/2014 08:45 - Correio Popular

Em meio à crise financeira e política que provocou uma eleição para mandato-tampão e greve de servidores, a Prefeitura de Americana autorizou reajuste de 16,6% no valor da tarifa do transporte coletivo urbano ônibus, a partir deste sábado (20). O preço da passagem subirá de R$ 2,70 para R$ 3,15. O decreto foi assinado na terça-feira pelo prefeito interino Paulo Sérgio Vieira Neves, o Paulo Chocolate (PSC). 

O aumento da tarifa era reivindicado desde agosto pela Viação da Cidade de Americana (VCA) e Viação Princesa Tecelã (VPT), empresas prestadoras do serviço de transporte coletivo na cidade. A proposta, porém, era que a Prefeitura pleiteasse o valor de R$ 3,83. A principal justificativa é que a Administração não está realizando os repasses do subsídio mensal de R$ 500 mil desde o início do ano. 

Passageiros reclamam 

A funcionária pública Elenita Monteiro, de 57 anos, foi uma das usuárias pegas de surpresa. "É muito ruim. Principalmente para o usuário que depende de ônibus todos os dias. Faz muita diferença no fim do mês”, apontou. Já a auxiliar de produção Eliane Cristina Vital, de 37 anos, criticou o momento do reajuste. "Bem no final do ano, com a cidade na situação desgastada que estamos vendo. Um absurdo. Se a qualidade dos ônibus acompanhar o preço tudo bem, mas sabemos que não acontece assim”, criticou. 

A Prefeitura irá subsidiar em R$ 0,35 cada passagem, mantendo o benefício concedido em janeiro deste ano pelo prefeito cassado Diego De Nadai (PSDB). A assessoria do Executivo não comentou o aumento da tarifa.

 Desconto 

A Prefeitura concedeu descontos para estudantes e professores, que pagarão R$ 1,50; empregados e trabalhadores em geral com renda mensal de até dois salários mínimos, que terão de desembolsar R$ 2,35, e aposentados, R$ 1,58. A secretaria de Transportes e Sistema Viário informou que a Administração fez o repasse da verba durante apenas dois meses, e que as empresas estavam ameaçando reduzir a quantidade de ônibus pela falta de repasse. 

As concessionárias ratificaram que estão há mais de dois anos relatando às autoridades sobre as dificuldades financeiras. "Os valores consignados no decreto promoverão um pequeno fôlego por um determinado período”, informaram em nota. Dizem, porém, que o valor está aquém das reais necessidades para a manutenção do sistema.