Um circuito nada paralímpico

20/09/2015 08:33 - O Globo

Leia: Atleta cadeirante enfrenta dificuldade de acesso em cartões-postais da cidade do Rio - O Globo

No meio do caminho tinha uma pedra, uma calçada esburacada e uma rampa inclinada demais. A rotina de um cadeirante é tão repleta de dificuldades que frequentemente um singelo passeio pode virar um transtorno. Para comemorar o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, a Praça Quinze vai se transformar num circuito de obstáculos, a partir de amanhã.

Uma plataforma de cem metros quadrados reproduzirá situações vividas no dia a dia por pessoas com deficiência física. A ação, que vai até quinta-feira, foi batizada de Rio Consciente e é uma iniciativa da Assembleia Legislativa e do instituto de assistência social Rio Solidário, do governo estadual.

Os pedestres serão convidados a vivenciar experiências como andar em cadeiras de rodas sobre pedras portuguesas dispostas de forma irregular, subir em calçadas sem rampas e embarcar em táxis.

Amanhã, atletas paralímpicos e autoridades — entre elas o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e Maria Lúcia Horta, primeira-dama do estado e presidente do Rio Solidário, participarão da abertura do circuito, às 11h.

Antes disso, às 10h, será inaugurada no Salão Nobre da Alerj a exposição "Inclusão pela arte’’. A mostra, que vai até o dia 28 deste mês, reúne obras de 18 artistas que pintam com a boca e os pés.

— Queremos conscientizar a população sobre nossas dificuldades. As pessoas têm que saber que lugar plenamente acessível não é um privilégio, mas um direito e uma questão de cidadania e de segurança para o deficiente — disse a deputada estadual Tania Rodrigues (PDT), vice-presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da Alerj.

A pedido do governador Luiz Fernando Pezão, a deputada começou a fazer um levantamento dos principais pontos turísticos e serviços do estado sem acessibilidade.

— Ainda há muito a fazer para melhorar a mobilidade dos cadeirantes. É preciso ter rotas adaptadas em destinos históricos como Santa Teresa e Paraty. O Maracanã, por exemplo, é acessível, mas seu entorno, não — afirmou a deputada.