21/11/2014 08:00 - Gazeta do Povo / CBN
Uma plenária foi o pontapé inicial, ontem, para uma ampla
discussão sobre os desafios do gerenciamento da Rede Integrada de Transporte
(RIT), cujo sistema de ônibus atende a Curitiba e outras 13 cidades da região
metropolitana. O encontro, organizado pela Secretaria de Assuntos
Metropolitanos da capital, reuniu representantes de prefeituras de cidades que
já integram o sistema e de outras que gostariam de fazer parte, além de membros
do governo do estado e trabalhadores do setor.
Um município que não é integrado, mas gostaria de ter um
canal mais direto de transporte até Curitiba é a Lapa. Distante 70 quilômetros
da capital, a cidade, que faz parte da região metropolitana, só consegue chegar
a Curitiba por meio de ônibus rodoviários–que custam mais caro– ou via
Araucária –cuja viagem demora três horas. "Se não viabilizarmos o transporte coletivo,
fica difícil a mobilidade da população”, diz a prefeita Leila Klenk. Ela lembra
que a cidade possui uma praça de pedágio na entrada, além de estar se
fortalecendo como polo industrial. Para Leila, além de uma possibilidade de
integração direta com Curitiba, mesmo com um custo mais alto, seria relevante
pensar nas ligações entre as cidades metropolitanas que podem ser feitas sem
passar pela capital.
O diretor de transporte da Comec, André Fialho, afirmou que
esse assunto é urgente para o governo do estado, que pretende lançar a
licitação das linhas metropolitanas ainda no primeiro trimestre de 2015. Para
ele, uma possibilidade para integrar as cidades mais distantes é apostar em
anéis tarifários, onde a tarifa é maior para as distâncias mais longas. Ainda
assim, ele ressalta a importância de se estabelecer um modelo que possa ser
aplicado em qualquer cidade.
Já para Roberto Gregório da Silva Junior, presidente da Urbs, essa discussão precisa ser aprofundada. "Precisamos de um modelo mais perene de governança, com participação da sociedade e municípios”, defende. Para a Urbs, uma possibilidade é manter a integração para o usuário e dividir a gestão do sistema. Assim, a prefeitura fica responsável pelas empresas que compõem os três lotes do sistema que já foram licitados e o governo do estado com as empresas que atuam de forma precária, nas linhas metropolitanas. "É perfeitamente possível, do ponto de vista técnico, manter a integração da operação”, diz, ressaltando que o assunto será tema de conversas durante a discussão de renovação do convênio entre a Urbs e Comec, que vence em dezembro.
CBN-Jornal - Curitiba
Subsídio do governo do estado para manutenção
da RIT deve diminuir
O diretor de transporte da COMEC, André Fialho, afirmou que
para 2015 o subsídio repassado pelo governo do estado para a manutenção da RIT
está garantido, mas o valor deve ser menor que o atual, hoje em 7,5 milhões de
reais.
O aumento da participação do passageiro metropolitano é que
deve puxar para baixo o valor do subsídio.
Pesquisa de origem e destino mostrou que os usuários de fora
de Curitiba representam 31,2% das viagens de ônibus da RIT. A URBS e a COMEC
acreditavam que o índice era de 21,7%.
O novo percentual deve alterar o cálculo do valor da tarifa
técnica, que é a soma dos custos sem subsídios, e conseqüentemente do repasse
por parte do governo do estado.
Outros pontos devem ser colocados na mesa de negociação com
a prefeitura, disse Fialho.
Hoje a tarifa técnica das linhas metropolitanas é de R$
4,07. Em Curitiba, R$ 2,93. Na Rede Integrada, o valor é de 3.18%. Como o
volume de passageiros seria maior, os custos poderiam ser reduzidos, na
avaliação do executivo estadual. Segundo a COMEC, a tarifa técnica da RMC
poderia chegar a 2,85.
O presidente da URBS, Roberto Gregório, disse nesta
quinta-feira que ainda não teve acesso ao relatório técnico da pesquisa de
origem e destino e por isso não quis comentar os números.
Ontem a prefeitura convocou uma reunião com representantes
do governo estadual e dos 13 municípios que compõem a RIT em busca de sugestões
para melhorar a gestão do sistema.
Gregório informou que a URBS irá apresentar nos próximos dias uma proposta de transformar os consórcios de ônibus em empresas de propósito específico.