Seguro para as magrelas

21/11/2014 07:34 - Correio Braziliense

Com diversificação de marcas e preços, bicicletas top de linha chegam a custar R$ 32 mil, preço de um carro 0km. O alto valor tornou o veículo alvo de quadrilhas especializadas. Para amenizarem eventual prejuízo com roubos ou furtos, ciclistas recorrem a apólices de seguros.

Seguradoras exigem que a bicicleta tenha o preço mínimo de R$ 3 mil para fechar negócio. Com valores menores fica inviável para o consumidor, explica José Anastácio, corretor de seguros da Kalasse, que tem carta de 3.000 apólices. No pacote básico, só para acionar a franquia, o assegurado paga R$ 1 mil, além dos R$ 500 da taxa anual.

Brasília é o terceiro maior mercado do país em seguros para bikes, atrás apenas de São Paulo e Campinas. Leonardo Assunção, dono da seguradora Neptunia, fecha 150 apólices por mês para os candangos. Ele explica que o preço, grande reclamação sobre o serviço, poderia ser mais acessível. O problema é que as secretarias de Segurança Pública não fornecem dados específicos sobre furtos de bicicletas. Sem estatísticas, é impossível para a empresa baixar o preço, argumentou Assunção. O site www.bicicletasroubadas.com.br faz um registro não oficial, usado pelos atletas para evitar áreas mais perigosas.

Carlos Ribeiro, engenheiro civil de 46 anos, comprou em abril deste ano uma bicicleta de R$ 10 mil. Três meses depois, quando voltava para o apartamento no Sudoeste pela pista do Parque da Cidade, foi assaltado. Entreguei sem falar nada, fiquei tranquilo. O melhor do seguro é deixar você calmo em situações de risco, afirmou. Hoje, tem duas bicicletas, com valores somados de R$ 40 mil. Gasta R$ 2 mil por ano com as apólices. Quem tem poder aquisitivo para comprar um produto nesse valor tem de pagar pela proteção, ressaltou.

Quem acha muito caro pagar por seguro recorre a outras opções. O GPS é a forma mais acessível usada pelos ciclistas para se proteger: o preço fica entre R$ 200 e R$ 400. O atleta instala um chip na bicicleta, que vai localizá-la após o furto. O problema são os poucos locais disponíveis para colocar o aparelho.