28/05/2015 08:45 - O Dia - RJ
Rio - Um acidente registrado na terça-feira, próximo à
estação ferroviária de Cosmos, quando um homem foi atropelado por um trem após
trafegar pela linha férrea , expõe o perigo das passagens em nível
clandestinas. Nos 270 quilômetros de malha ferroviária, existem apenas 38
passagens oficiais contra mais de 150 irregulares. É um problema crescente: no
ano passado, a SuperVia registrou 13 atropelamentos, o mesmo número
contabilizado nos últimos cinco meses.
Um projeto do estado, que pretende erguer muros, passarelas
e viadutos ao longo da ferrovia, ainda não tem previsão de sair do papel, pois
depende de verba federal.
Na região onde ocorreu o acidente na terça, existem duas
passagens em nível clandestinas. A vítima, que seria um homem, não foi
identificada, pois estava sem documentação. Ele foi levado pelo Corpo de
Bombeiros para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz.
A SuperVia informou que fecha quatro passagens irregulares
por mês. Mas na maioria dos casos elas são reabertas novamente.
Mesmo sem ser responsável direto pelo atropelamento, já que
o Código de Trânsito estabelece que a preferência pelos trilhos sempre é do
trem, o maquinista responde a uma sindicância interna. "Nestes casos o
maquinista é sempre inocentado porque não tem como frear a composição”,
explicou o presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valmir Lemos.
Segundo a concessionária, quando uma pessoa é vista
trafegando na linha, o maquinista é orientado a buzinar. Em áreas com intensa
circulação irregular, como a região em que DIA esteve nesta quarta-feira, no
entorno de Maria da Graça, o trem é obrigado a reduzir de 80 km/h para 30 km/h.
Com a implantação do projeto estadual, a velocidade média saltará de 42 km/h
para 60 km/h.
Verba de projeto não
chegou
O projeto ‘Segurança da via’, criado pela Secretaria
Estadual de Transportes, com verba do Programa e Aceleração do Crescimento
(PAC) no valor de R$ 600 milhões, prevê a construção de muros, passarelas e
viadutos ao longo da ferrovia. No ano passado, o Ministério das Cidades se
comprometeu a repassar R$ 100 milhões para o estado em 2015.
No entanto, não há previsão deste dinheiro chegar aos cofres
do Rio. "Diante do contingenciamento das contas do governo federal, não sabemos
quando vamos receber”, explicou o secretário Carlos Roberto Osorio. O Ramal de
Gramacho será o primeiro a receber investimento.
"É um dos locais mais críticos que temos. Depois virá Campos
Elíseos e Jardim Primavera (na Baixada Fluminense)”, informou Osorio, que
descarta o uso de verba estadual para execução das obras. "Não temos dotação
orçamentária para isso”, completou