27/01/2015 07:35 - G1 PR / Portal R7
Os pouco mais de dois milhões de usuários do transporte
público enfrentam o segundo dia de greve em Curitiba e Região Metropolitana
nesta terça-feira (27). A paralisação começou na madrugada de segunda-feira
(26) e não tem previsão para encerrar. Cerca de 12 mil motoristas e cobradores
reclamam de atrasos constantes nos pagamentos referentes ao adiantamento
salarial. Segundo eles, o problema ocorre desde dezembro de 2014.
Na noite de segunda, o Tribunal Regional do Trabalho do
Paraná (TRT-PR) determinou que a categoria retorne ao trabalho a partir da
meia-noite desta terça-feira com parte da frota em horários de pico. Contudo,
até as 6h não havia ônibus nas ruas e nos terminais.
Neste mesmo horário, o Sindicato de Motoristas e Cobradores
de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) informou ao G1 que está
orientando os trabalhadores para o cumprimento da decisão judicial, mas que nem
todos aceitam a determinação. Em algumas empresas, pneus foram esvaziados para
impedir que os ônibus saíssem das garagens.
Nesta terça, uma nova audiência marcada para às 14h30 no
Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deve definir os rumos da paralisação.
Conforme o desembargador Eduardo Gunther, as empresas e os
trabalhadores devem manter 70% da frota rodando nos horários de pico e 30% nos
demais horários. Os horários de pico são das 5h às 9h e das 17h às 20h.
O atraso nos pagamentos, de acordo com o Sindicato das
Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e
Região Metropolitana (Setransp), ocorre devido a um impasse entre a Urbanização
de Curitiba (Urbs) e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).
A audiência, que começou por volta das 17h e durou três
horas e meia, contou com a presença do sindicato dos trabalhadores, do
sindicato das empresas, da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba
(Comec) e da Urbs, autarquia municipal que gerencia o sistema.
O adiantamento salarial é conhecido pelos funcionários como
"vale". Segundo a categoria, o percentual de 40% do valor do salário
não foi pago integralmente. Atualmente,
os salários de cobradores e motoristas de ônibus são, respectivamente: R$ 1028,11
e R$ 1814,94.
Negociação
A decisão de colocar o percentual mínimo de ônibus nas ruas
foi anunciada pelo Sindimoc em audiência de conciliação realizada no Tribunal
Regional do Trabalho (TRT). A multa por dia de descumprimento foi aumentada
pela Justiça de R$ 50 mil para R$ 300 mil.
O impasse envolve ainda a decisão da Prefeitura de Curitiba
de cuidar apenas do pagamento das linhas urbanas, conforme definido em
licitação de 2010, realizada pelo então prefeito Beto Richa (PSDB), e que o
governo do estado deve se responsabilizar pelo pagamento das empresas
metropolitanas.
Já o governo estadual alega que tem procurado a prefeitura
para negociar a readequação e renovação do convênio que permite a Urbs gerir
transporte coletivo. Segundo o governo, o subsídio ao transporte metropolitano
deve ser menor do que o estipulado pelo convênio que vencer em dezembro.
Transporte
alternativo
A Prefeitura de Curitiba mantém nesta terça os 200 carros
oficiais que realizam transporte de passageiros gratuitamente. Além deles, mais
de 500 carros particulares foram cadastrados para prestar o mesmo serviço, mas
com custo de R$ 6.
O cadastramento será realizado na Área de Inspeção e
Cadastro da Urbs, localizada na ponta interna da Rodoferroviária de Curitiba, e
os veículos cadastrados têm autorização da Secretaria Municipal de Trânsito
(Setran) para usar as canaletas do sistema expresso durante a paralisação. A
Rodoferroviária fica na Avenida Presidente Affonso Camargo, 330 - Jardim
Botânico.
Portal R7
Greve de ônibus em Curitiba entra no segundo
dia
TRT
determinou o retorno de 70% da frota nos horários de pico a partir desta terça
A Greve de motoristas e cobradores em Curitiba continua
nesta terça-feira (27) e entra no segundo dia. Apesar do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) ter determinado que 70%
dos ônibus deveriam circular em horários de pico, em São José dos Pinhais, na
Região Metropolitana, os condutores que tentaram sair das garagens foram
impedidos e tiveram os pneus furados.
Em nota, Maurício Gulin, presidente do Setransp (Sindicato
das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e
Região Metropolitana), informou que orientou todas as empresas sobre a
necessidade de liberar os veículos necessários para cumprir a determinação
judicial.
O sindicato ainda informa que solicitou as empresas a
informarem e documentarem "eventuais impedimentos à saída da frota das garagens
ou nas vias públicas".
Segundo a decisão do TRT, uma multa de R$ 300 mil por dia
será aplicada em caso de descumprimento da ordem. Nesta terça-feira (27), 70% dos ônibus
deveriam voltar a circular nos horários de pico, entre 5h e 9h e das 17h às
20h. No restante do dia, a exigência é de que pelo menos 50% dos ônibus estejam
circulando.
Uma nova audiência para tentativas de um acordo entre o
sindicato, a URBS (Urbanização de Curitiba S.A) e a COMEC (Coordenação da
Região Metropolitana) foi marcada para às 14h30 desta terça-feira (27).
Cerca de dois milhões de pessoas dependem dos 1.945 ônibus
das 356 linhas da Rede Integrada de Transporte, a mais moderna do País.Os
trabalhadores reivindicam pagamentos em atraso.