01/09/2014 09:24 - Jornal Metro SP
A Prefeitura de São Paulo aumenta a cada semana ainda mais o
cerco contra motoristas que cometem infrações nas ruas e avenidas na capital.
Dos 136 novos equipamentos que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) já
tem autorização para instalar na cidade, 27 estão em plena operação.
Hoje, a capital tem 600 equipamentos, divididos entre
radares fixos, móveis e lombadas
eletrônicas. A fiscalização eletrônica tem como principal alvo os condutores
que trafegam acima da velocidade permitida, furam o rodízio de placas e o de
caminhões e invadem corredores e faixas exclusivas de ônibus.
O cronograma da CET prevê que, até o final deste ano, serão
843 equipamentos em funcionamento. Esse crescimento deve resultar em uma
arrecadação de R$ 905 milhões, segundo a Secretaria Municipal dos Transportes.
Inicialmente, a pasta previa que esse valor chegaria a R$ 1,2 bilhão, mas a conta foi refeita por conta
da demora na instalação dos novos radares.
O número de infrações aplicadas deve chegar a 11 milhões,
superando a marca de 10,1 milhões de 2013. O último balanço da Secretaria de Planejamento aponta para uma
arrecadação de R$ 405 milhões até junho deste ano, um crescimento de 4% na
comparação com o mesmo período do ano passado.
Na avaliação do secretário municipal dos Transportes, Jilmar
Tatto, o saldo expressivo não justifica as acusações de indústria da multa ou
simples medida arrecadatória por parte da prefeitura.
Ele afirma que os novos
equipamentos irão fiscalizar áreas que não eram monitoradas pela prefeitura
anteriormente, o que facilitava a vida do motorista que comete infrações.
A secretaria dos Transportes informa que todos os 27 novos
pontos com radares em operação estão sinalizados.
Só fiscalização não
reduz acidentes, diz engenheiro
Especialista em trânsito Paulo Roberto Lozano, multas
registradas por dispositivos eletrônicos não se traduzem em uma redução
significativa no número de acidentes e
de vítimas.
De acordo com Lozano, a fiscalização com o objetivo de
diminuir acidentes só será efetiva se fizer parte de um sistema integrado que combine tecnologia,
policiamento e, principalmente, uma política de trânsito. "É preciso fazer da
segurança no trânsito uma prioridade. Hoje ela não é. A Política Nacional de
Trânsito continua engavetada em Brasília.”
Lozano diz que delegar a vigilância do trânsito aos agentes
da CET é um erro. Ele afirma que o policiamento ostensivo tem mais efetividade.
"Com o novo Código de Trânsito isso foi abandonado. Os agentes de não
fiscalizam. Eles podem no máximo registrar a ocorrência. Um policial militar
pode checar a situação do motorista e a documentação do carro.”