Contain[it] amplia as vendas de parklets

31/07/2015 06:30 - Valor Econômico

Construir parklets a partir do reúso da madeira de árvores que caem nas cidades por conta das chuvas. É com essa nova ideia que a Contain[it], de construção de equipamentos urbanos, quer conquistar outros mercados além de São Paulo, onde foi criada, em 2010.

"Já montamos 30 parklets desde 2013 e estamos instalando unidades no Rio de Janeiro, Jundiaí (SP) e Goiânia", conta o CEO Arthur Norgren. Ele relata que há negociações avançadas com clientes em Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

Para este ano, a companhia sediada em Cotia (SP) tem contratos agendados para 40 estruturas. Segundo o empresário, mais de 70% das unidades das ruas de São Paulo foram feitas pela Contain[it]. Os parklets são espaços que servem como extensão das calçadas, ocupando a área de uma ou duas vagas de carro nas vias. Geralmente são construídos na frente de lojas e restaurantes.

O plano da empresa de construir minipraças com madeira que iria para o lixo é baseado em parceria feita com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município. "Com esse modelo, temos inaugurações previstas para o final de junho e início de julho, na zona oeste de São Paulo", diz.

"O objetivo é devolver a árvore que caiu à sociedade." A companhia também criou uma oficina de marcenaria, que funciona dentro de um contêiner modificado, no centro de Jundiaí, para envolver a comunidade nas instalações.

Antes de abrir a empresa, Norgren era sócio de uma gestora de recursos. O outro sócio, Sérgio Cabral, responsável pela área de desenvolvimento de projetos, é fundador do escritório de arquitetura e design SuperLimão Studio, que já atuava no mercado.

Com 30 funcionários, a Contain[it], que também faz parklets de metal, desenha estruturas de acordo com o interesse dos clientes. Fez unidades para o banco Itaú, fora dos estádios, durante a Copa do Mundo de 2014, além de estandes de vendas para a Alphaville Urbanismo e bares itinerantes para a multinacional de bebidas Ambev.

Segundo o empresário, o processo de obtenção das licenças de instalação dos parklets nas ruas demora cerca de 30 dias. A fabricação das estruturas dura uma semana e a montagem gasta três horas.

Em 2015, a empresa deve investir cerca de R$ 2 milhões, um aporte 100% maior do que o aplicado no ano anterior. A verba é dirigida para capital de giro, criação de ativos para aluguel, equipamentos e mudança para uma nova fábrica.

"Triplicamos de tamanho no ano passado e pretendemos dobrar o faturamento até dezembro", diz, sem revelar números. O arranque da empresa também será apoiado pela entrada no mercado de construção de residências pré-fabricadas. "Já temos um projeto para ser entregue."

O movimento de criar parklets em São Paulo começou a partir de iniciativa de um grupo de empreendedores do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais (Secovi-SP).

A regulamentação para a instalação dos espaços foi feita em abril de 2014, pela prefeitura. Os locais podem incluir mobiliário, como bancos, mesas, vasos com plantas e coberturas para abrigo do sol, além de equipamentos para ginástica e estações de recarga de celular. A ideia original foi lançada em São Francisco, nos Estados Unidos, em 2005.