Agressão criminosa

28/11/2015 08:10 - Zero Hora - Porto Alegre

EDITORIAL

A armadilha preparada por um grupo de taxistas para o motorista do Uber que foi agredido em Porto Alegre reflete não apenas o espírito de delinquência de alguns profissionais como também o mau encaminhamento do assunto pelas autoridades municipais. Está mais do que na hora de uma intervenção do Ministério Público para promover o diálogo e estabelecer uma forma de convivência pacífica entre os responsáveis pelo transporte público na Capital.

O que parece claro é que a situação não será resolvida de forma a contemplar todas as pretensões, começando pelas dos usuários, sob esse clima de confronto instalado nos últimos dia, eivado de emocionalismo. Por isso, é preciso que as autoridades municipais de trânsito se proponham a encarar o desafio de conciliar interesses à luz das transformações nessa área, que ocorrem numa velocidade superior à capacidade de adaptação de estruturas burocráticas.

É evidente que os agressores do motorista em serviço fazem parte de uma minoria de arruaceiros, a ponto de terem deixado colegas revoltados com o seu grau de truculência. O episódio, porém expõe falhas aberrantes na fiscalização, à qual caberia livrar os passageiros do risco de serem transportados por taxista profissional com o perfil dos agressores.

O descontrole expõe a precariedade do sistema de transporte público, que os usuários já conheciam, mas agora não há mais como disfarçar. É importante que o impasse acirrado com essa abominável agressão sirva ao menos para assegurar qualidade a um serviço que parou no tempo.