Prefeitos firmam pacto para utilizar ‘ônibus limpos’

28/03/2015 08:33 - O Globo

Oito cidades latino- americanas, entre elas o Rio, aderiram ontem ao Pacto Global dos Prefeitos — maior iniciativa do mundo envolvendo cidades na luta contra o impacto das mudanças climáticas — e se comprometeram a utilizar "ônibus limpos” no sistema de mobilidade. O acordo foi alcançado durante o I Fórum Latino-americano de Prefeitos da C40, realizado na capital argentina e presidido pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes.

— Este pacto ajudará a reduzir a utilização de ônibus com diesel — explicou o prefeito.

Segundo Paes, "o grande do desafio do Rio tem a ver com o transporte e resíduos sólidos”.

A C40 é uma rede global de prefeitos criada em 2005 e ampliada através de uma parceria em 2006 com a Iniciativa Climática do presidente Bill Clinton (CCI, na sigla em inglês). O grupo é presidido desde 2013 pelo prefeito carioca e seu principal objetivo é promover o desenvolvimento urbano sustentável por meio de estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. Ontem também esteve presente o ex-presidente do México e presidente da Comissão Global de Economia e Clima, Felipe Calderón.

MENOS 1,4 BILHÃO DE CARROS

Ao tomar essas medidas decisivas, as cidades latino-americanas estão liderando a condução de ações urbanas que reduzem as emissões de gases de efeito estufa e os riscos climáticos, enquanto promovem saúde, bemestar e oportunidades econômicas aos cidadãos, diz Paes.

Segundo ele, "somos peças importantes na luta contra o impacto das mudanças climáticas”.

— Nós, da América Latina, representamos quase 600 milhões de pessoas — enfatizou o prefeito.

Juntas, as cidades da região têm grande potencial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Pesquisa realizada pela C40 indicou que as cidades do continente poderiam reduzir as emissões de 6,633 toneladas métricas de CO2 anualmente até 2050. O número equivale a 1,4 bilhão de carros fora das estradas a cada ano.

ADAMO BAZANI – CBN

Vinte cidades latino-americanas se comprometem a ter ônibus urbanos não poluentes

Assinatura de intenções ocorreu nesta sexta-feira, na Argentina. Nove municípios fazem parte do C 40, Grupo de Grandes Cidades para a Liderança Climática

Um importante passo para a mobilidade limpa foi tomado nesta sexta-feira, dia 27 de março de 2015, em Buenos Aires, na Argentina.

Durante o Fórum Latino Americano de Prefeitos do C 40, grupo que reúne quarenta grandes cidades com ações em prol do meio ambiente, vinte municípios da América Latina se comprometeram até 2020 a adotar frotas de ônibus urbanos não poluentes. Entre as alternativas estão veículos movidos por combustíveis alternativos ao petróleo, trólebus, ônibus elétricos e ônibus elétrico-híbridos.

De acordo com o C 40, as frotas destas vinte cidades somam até 2020, 114 mil 655 ônibus. Se todos estes veículos de transporte coletivo forem trocados por modelos que não emitem nenhum poluente, como ônibus elétricos a baterias e trólebus, deixariam de ser lançadas no ar, 1 milhão 780 mil toneladas de gás carbônico no ar por ano.

As cidades brasileiras que aderiram o compromisso são Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte. As demais cidades são Bogotá, Buenos Aires, Caracas, Lima, Cidade do México, Quito, Assunção, Cali, Córdoba, La Paz, Panamá, Salvador, Santiago, São Domingo, Tegucigalpa e Valparaíso.

Outros municípios que não fazem parte da América Latina também apoiaram declaração pedindo incentivos públicos para que os ônibus não poluentes se tornem mais baratos são: Addis Ababa, Cape Town, Johanesburgo e Tshwane, no Continente Africano, Copenhagen, Londres, Madrid, Oslo e Varsóvia, na Europa, São Francisco, nos Estados Unidos, Seul e Jakarta, na Ásia.

O documento assinado pelos representantes das cidades pode orientar montadoras de veículos e operadores de transportes, bancos de desenvolvimento e financiamento para que a aquisição e manutenção destes ônibus tenham custos iniciais reduzidos, estimulando a renovação da frota. Os ônibus, obedecendo as condições operacionais de cada cidade, devem também ter um padrão mundial para facilitar exportações e importações

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes