04/10/2015 08:33 - O Globo
Dois oito compromissos do prefeito Rodrigo Neves para a área
de Mobilidade, quatro estão emperrados. Desses, dois dependem de parcerias com
o governo do estado. Em contrapartida, as obras da Transoceânica começaram; e o
túnel Charitas-Cafubá, parte da via expressa, será entregue até o fim de 2016.
Veja também os balanços em Gestão, Áreas de Risco e Ordem Pública. A Mobilidade
Urbana, que inclui as áreas de Transporte e Trânsito, aparece como um dos
calcanhares de Aquiles do prefeito Rodrigo Neves em seu primeiro mandato. Das
oito promessas que fez para o setor quando eleito, registradas em carta
assinada com O GLOBONiterói, quatro não devem se concretizar até o fim do
governo, em dezembro de 2016, grande parte devido à dependência do governo do
estado. Por outro lado, o município vem avançando nos compromissos para áreas
de risco. Na Gestão e na Ordem Pública, o futuro ainda é incerto.
Uma das principais promessas de sua campanha, a conclusão
das obras do mergulhão aconteceu ainda em 2013. Intervenções importantes para a
cidade, o túnel Charitas-Cafubá e a TransOceânica foram iniciadas, com
financiamento federal: enquanto o primeiro tem previsão de conclusão para o ano
que vem, a outra só deve ficar pronta em 2017.
Baseado no discurso de parceria, Rodrigo assumiu
compromissos que dependem das esferas federal e estadual. É o caso da
requalificação da estação hidroviária de Charitas, que passaria a oferecer
viagens com tarifa social (hoje aR$ 5; o catamarã custa R$ 13,90). A
intervenção é considerada essencial para o sucesso da TransOceânica, mas
esbarra na falta de recursos do governo do estado e nos problemas envolvendo a
concessionária CCR Barcas, que alega ter prejuízos com a operação do modal.
Apesar de não haver garantia alguma de que a tarifa social será implantada até
o fim de 2016, o prefeito mostra confiança:
— A TransOceânica vai melhorar a sua performance caso a
gente consiga implantar em Charitas os preços da estação Araribóia ( no
Centro). Tivemos uma reunião há 15 dias com o Osório (Carlos Roberto Osório,
secretário estadual de Transportes), e eles estão trabalhando em cima disso.
Ainda não tem uma decisão, mas eu não trabalho com a hipótese de não acontecer.
A NOVELA DA LINHA 3 DO METRÔ
O mesmo problema afeta a Linha 3 do metrô. Em março, o
governo do estado chegou a anunciar que havia desistido do projeto, optando por
um BRT ligando São Gonçalo e Niterói, mas voltou atrás meses depois.
Atualmente, o governador Luiz Fernando Pezão defende uma parceria com a
Companhia Siderúrgica Nacional ( CSN) e com a China para viabilizar o metrô,
mas ainda não há definição sobre o assunto.
Dois projetos — esses a cargo apenas do município — também
não vão sair até o fim de 2016: o corredor TransNiterói, segundo Rodrigo, virou
a TransPendotiba, que só seria iniciada após as eleições, assim como o VLT (
Veículo Leve sobre Trilho) que ligaria o Centro a Charitas. Para este, avaliado
em R$ 800 milhões, a prefeitura ainda busca recursos e vai se reunir este mês
com executivos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para tentar captá-
los. A última promessa de mobilidade era a integração dos modais existentes na
cidade, incluindo as bicicletas. Apesar do crescimento da malha cicloviária, a
questão ainda é controversa, já que não oferece infraestrutura ideal para o
deslocamento. Os defensores do veículo como meio de transporte cobram a
construção de um bicicletário coberto na Praça Araribóia, que, segundo o
município, deve ocorrer em 2016. Há também discussões para que os ônibus
transportem bicicletas, mas o prefeito "não vê viabilidade” na proposta.
ATENÇÃO ÀS ÁREAS DE RISCO
O mapeamento de famílias vivendo em encostas, uma das
promessas para a contenção de áreas de risco, foi cumprida. De acordo com
estudo feito em parceria com o Departamento de Recursos Minerais (DRM), 8.904
pessoas viviam em encostas em 2013. O prefeito, porém, admite que existem
problemas pontuais — como pessoas que ficaram fora do aluguel social —, que
devem ser sanados no recadastramento em curso. Ainda segundo Rodrigo, a meta de
contratar cinco mil unidades habitacionais está em andamento: quatro mil já
estão com contrato assinado; as demais devem ser garantidas no ano que vem.